Mendonça é aconselhado a se afastar de Malafaia, mas prefere manter o diálogo

Brenno Grillo
Publicada em 05/11/2021 às 09:00
André Mendonça ao lado de Jair Bolsonaro, Silas Malafaia, Marco Feliciano e outros políticos durante viagem no avião presidencial a Marabá (PA), em junho deste ano. Foto: Instagram/Reprodução/Deputado Marco Feliciano

André Mendonça foi aconselhado por interlocutores de senadores a se afastar de Silas Malafaia. Quantos e quem são esses parlamentares são segredos bem guardados . Mas o grupo que apoia a demora de Davi Alcolumbre em pautar a sabatina do ex-AGU mandou um recado direto: não quer que o pastor tenha a influência que imagina conseguir um dia no STF.

Mesmo assim, o ex-AGU prefere manter todas as portas abertas, afirmaram ao Bastidor pessoas próximas às negociações pela sabatina. Inclusive, disseram essas fontes, Mendonça é quem tem alertado lideranças evangélicas mais exaltadas sobre os efeitos negativos de manifestações pouco ou nada calculadas.

Tanto que Malafaia suavizou o discurso nos últimos dias, pelo menos em relação ao caso Mendonça - porque achou tempo para dizer que uma discussão sobre respeito à diversidade nos coloca num "tempo pior do que fascismo, nazismo e o comunismo soviético e chinês". 

Malafaia se acalmou depois de chamar de "safadeza" a demora para marcar a data da sabatina e cobrar publicamente Ciro Nogueira, Flávia Arruda e Fábio Faria por um jantar com Renan Calheiros. Ao baixar o tom, o pastor passou a elencar as qualidades de Mendonça e até elogiou Gilmar Mendes e Luiz Fux, mas não sem mencionar que eventual recusa do nome do ex-AGU não tirará a vaga de um evangélico - como já afirmou Jair Bolsonaro.

E parece que a nova fórmula deu minimamente certo. Fernando Bezerra e Ciro Nogueira - que tinham apenas "um pé" na canoa de Mendonça, segundo fontes envolvidas nas negociações - passaram a se movimentar mais. 

Bezerra conseguiu 34 assinaturas de senadores titulares e suplentes da CCJ em apoio à sabatina de Mendonça. Ciro afirmou publicamente apoiar a indicação do ex-ministro da Justiça, mesmo preferindo outros candidatos, como Augusto Aras. Já Flavio Bolsonaro, após uma cobrança do pai, também voltou a pressionar pela avaliação do nome de Mendonça.

Rodrigo Pacheco, ontem (3), disse à imprensa que o Senado fará uma "esforço coletivo" (de 30 de novembro a 2 de dezembro) para analisar os nomes que aguardam sabatina em comissões ou votação em plenário para assumirem postos em diversos órgãos, "inclusive para o STF".

Mas antes ligou para avisar Mendonça do seu esforço, segundo fontes próximas às discussões. O presidente do Senado, apesar da demonstração de força (em partes motivada por "rebeliões" de PT e Podemos na Casa), prometeu o que não pode entregar.

Davi Alcolumbre é quem manda na CCJ, não Pacheco. E o senador amapaense, ainda mais sob ataque (inclusive contra sua família - leia mais aqui, aqui e aqui), não deverá arredar pé da sua posição.

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