Laranjas no Pará
A Polícia Federal identificou o uso de laranjas em movimentações financeiras atípicas de empresas ligadas a Rodrigo Montoril, marido da deputada federal Elcione Barbalho (MDB). Os dois são investigados em um inquérito sigiloso sob relatoria do ministro Flávio Dino, no Supremo Tribunal Federal.
Como mostrou o Bastidor, um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) identificou 24 movimentações suspeitas nas contas de Elcione, Montoril e de empresas que firmaram contratos com municípios e com entidades do governo do Pará, comandado pelo filho da deputada, Hélder Barbalho. Parte dos contratos surgiu a partir do financiamento de duas emendas apresentadas por ela.
Nas contas da MDM Projetos e da Exe Capital foram identificados repasses de dinheiro de maneira fracionada e alto volume de saques fracionados para Rodrigo Montoril. A PF suspeita que o objetivo era evitar a identificação pelo sistema financeiro. Movimentações assim são consideradas indício de lavagem de dinheiro.
Há dois suspeitos de atuarem como laranjas. O estudante João Pedro Nunes de Medeiros foi alvo da operação da Polícia Federal em dezembro de 2024, no contexto da investigação sobre Elcione e Montoril. Segundo os registros do Coaf, Medeiros movimentou mais de 1 milhão de reais em 2018. Deste montante, 640 mil reais foram transferidos a ele pela MDM Projetos e Construções. Medeiros fez saques em dinheiro que superaram 350 mil reais.
Questionado pelo banco a respeito das movimentações, Medeiros disse que assumiu o cargo de sócio na MDM Projetos no lugar do pai. Ele representou a MDM Projetos em duas licitações, sem concorrentes, em Cachoeira do Arari (PA). A PF, porém, não identificou nenhum vínculo formal dele ou dos pais com a empresa.
Josival Braun da Silva também foi alvo de buscas da PF em dezembro. Ele recebeu 125 mil reais de forma fracionada da MDM em 2018. Ele é proprietário da Braun Terraplanagens, criada em 2020. Ao todo, segundo a PF, Josival movimentou 15 milhões de reais entre 2017 e 2022. O valor causou levantou suspeitas dos investigadores por ele não ter histórico empresarial.
O Bastidor procurou a defesa de Elcione, Rodrigo Montoril, Josival e João Pedro, mas nenhum deles quis se manifestar. O governo do Pará e Helder Barbalho foram procurados, mas não responderam.
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