Sputnik: Anvisa tenta blindar-se por meio da OMS
A decisão da Anvisa que facilita a importação de vacinas, antecipada pelo Bastidor, também tem um objetivo estratégico: blindar a agência das tentativas políticas de aprovar, a qualquer custo, a Sputnik.
O governo russo, dono do imunizante, pediu à OMS para participar do consórcio Covax, liderado pela entidade. Ao fazer isso, comprometeu-se a enviar dados completos da Sputnik para análise dos técnicos da OMS.
Somente após essa avaliação - semelhante às análises conduzidas por agências sanitárias como a Anvisa - a OMS poderá incluir a vacina russa no portfólio do Covax.
Conforme alertamos, os técnicos da OMS permanecem tão no escuro sobre a Sputnik quanto seus pares na Anvisa. Até já se viram obrigados a recusar um pré-pedido emergencial.
Ao autorizar que o Ministério da Saúde importe, sem aval da agência, vacinas do Covax, a Anvisa joga luz no processo da Sputnik que corre na OMS - fato que poucos conhecem.
Se os russos obtiverem o aval da OMS, a Anvisa pode, em tese, ser poupada do trator do centrão. O Ministério da Saúde terá maior facilidade para comprar a vacina.
Por outro lado, caso a OMS não aprove o imunizante para uso no Covax, o centrão e a turma que negocia em favor da União Química, parceira dos russos no Brasil, serão obrigados a seguir tratorando a Anvisa para colocar a Spunik na praça.