A arma secreta de Kassab em 2022

Gilberto Kassab acredita ter um grande puxador de votos nas eleições deste ano - alguém que fará brilhar o PSD e colocará seu partido noutro patamar. Não é Rodrigo Pacheco, cuja pré-candidatura à Presidência da República parece ter a força do futebol do Cruzeiro em 2022.

O homem do momento no PSD é Alexandre Kalil, prefeito de Belo Horizonte e ex-presidente do Atlético. Reservadamente, mas muito reservadamente mesmo, o PSD discute Kalil como opção a presidente - ou, a depender do cenário (por óbvio), para ser vice de Lula.

Kassab, operadores políticos e profissionais de campanha impressionam-se com o que julgam ser um candidato com enorme carisma e capacidade de conversar com o eleitor. "Ele transmite simplicidade, autenticidade e, ao mesmo tempo, sabe adequar seu discurso a cada público", diz um marqueteiro de grande peso. "Ele pode vender qualquer coisa. As pessoas vão comprar."

Formalmente, em verdade ainda informalmente, Kalil se prepara para ser candidato ao governo de Minas. Isso pode acontecer. Mas, caso os próximos testes qualitativos sejam positivos e as conversas (multipartidárias) sobre a viabilidade de seu nome avancem, Kalil embarcará na rotina de pré-candidato presidencial, ainda que não seja um. Vai se apresentar ao público nacional.

Se o melhor plano para Kalil for concorrer ao governo de Minas, ninguém no PSD acredita que ele perde. Ao contrário. A euforia - silenciosa, reconheça-se - com o prefeito é tamanha que se espera uma vitória expressiva. O PSD teria, ato contínuo, candidato a presidente forte para 2026.

De uma coisa pouca gente na cúpula do PSD tem dúvida: Kassab quer ver Pacheco em Brasília em 2023, chefiando um dos Poderes. Mas não é o Executivo.