Nos braços da Copape

Alisson Matos
Publicada em 17/04/2025 às 14:30
Sem autorização da ANP, a Copape tem buscado alternativas para seguir operando, segundo fontes do mercado Foto: Reprodução

Fontes do mercado de combustíveis colocam o comando da Copape, empresa suspeita de ter ligação com a facção criminosa PCC, por trás da compra da distribuidora Terrana pela Branson Holdings. 

Com sua licença de funcionamento revogada pela Agência Nacional de Petróleo, a Copape está proibida de exercer as suas atividades após ser acusada, na esfera administrativa, de infringir regras na comercialização, no exercício da atividade e no armazenamento de combustível.

A decisão da ANP é de julho do ano passado e, desde então, a Copape tenta na Justiça reverter a determinação para voltar a operar oficialmente.

A Branson Holdings pertence ao empresário Paulo Narcélio, que adquiriu a Terrana do grupo internacional World Fuel Services (WFS). Mantidos sob sigilo, os valores envolvidos ficam entre 500 milhões de reais a 700 milhões de reais, segundo especialistas do setor.

O negócio foi fechado entre o fim de 2024 e o início deste ano. Deste então, uma série de coincidências aproxima o grupo Copape da Terrana.

O novo CEO da Terrana é Gustavo Oliveira, que já esteve à frente de empresa ligada a Mohamad Hussein Mourad, um dos donos da Copape.

Após a compra da Terrana, muitos funcionários foram demitidos e substituídos por pessoas vinculadas à Copape.

Após a venda, a Terrana expandiu sua atuação para o Centro-Oeste. A distribuidora, que fica no Rio de Janeiro, tinha presença forte somente no Sudeste. 

Recentemente, a Terrana divulgou um novo telefone de contato para clientes. Apesar de ser do Rio, o número é de São Paulo, onde a Copape está formalmente estabelecida.

Há, ainda, uma mudança significativa no perfil das empresas com quem a Terrana passou a negociar. Antes, a distribuidora tinha relacionamento com as maiores do setor - Petrobras, a Vibra e a Ale Combustíveis. A partir deste ano, entraram distribuidores e produtores menores como SSOil, Economy, Eco, Rede Sol e Dinâmica, mais próximos do perfil de negócios da Copape.

Segundo fontes do mercado, a Copape tem buscado alternativas para seguir operando à margem da proibição da ANP. Para comprar combustível teria acionado a SSOil, cuja inscrição estadual foi cassada pela Secretaria de Fazenda de São Paulo. A empresa funciona devido a uma liminar judicial.

A SSOil virou alvo dos técnicos da Fazenda de São Paulo em razão das fortes evidências de que simulou cerca de 200 milhões de reais em operações de importação de gasolina.

De acordo com fontes do mercado, resolvida a questão da compra de combustível, a Copape precisa de uma distribuidora. É aí que entra a Terrana. Com ela, a Copape completaria o ciclo de venda de combustível ao levar o produto aos postos de gasolina que pertencem ao grupo.

O Bastidor questionou a assessoria da Terrana e do empresário Paulo Narcélio sobre a ligação com a Copape, mas não obteve retorno.

Em nota, a SSOil negou qualquer relação com a Copape. "A referida empresa não é cliente da SSOil e não possui nenhuma relação comercial conosco. Essa é uma afirmativa que não mantém nenhuma base com a realidade dos fatos. A SSOil jamais teve qualquer tipo de relacionamento comercial ou empresarial com a referida empresa. A SSOil mantém relações comerciais com 32 distribuidoras, todas atuando em conformidade com as normas estabelecidas pela Agência Nacional do Petróleo".

Atualização: Após a publicação do texto, a SSOil mandou uma nova nota. Leia a íntegra:


Texto atualizado às 18h de 17 de abril para incluir uma nova manifestação da SSOil.

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