Não vai ter manobra
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal decidiu por unanimidade manter o andamento da ação penal contra o deputado federal Alexandre Ramagem, do PL do Rio de Janeiro, por tentativa de golpe de Estado. O julgamento vai até às 11 horas de amanhã (13), mas todos os ministros já votaram, sem nenhuma divergência, contra a manobra da Câmara para barrar o processo.
A decisão dos ministros contraria diretamente a resolução aprovada pela Câmara na semana passada, que pretendia suspender toda a ação contra Ramagem com base na prerrogativa parlamentar. Para os ministros, no entanto, a suspensão só vale para crimes cometidos após a diplomação. Como a maior parte das acusações contra Ramagem se refere a fatos anteriores ao mandato atual, o Supremo entendeu que o processo deve seguir.
A decisão da Câmara em favor de Ramagem era vista por bolsonaristas como a construção de uma brecha para tentar salvar Jair Bolsonaro, numa espécie de atalho à anistia. A decisão do Supremo acaba com esta possibilidade.
Relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes foi o primeiro a votar e propôs o desmembramento da ação, permitindo a suspensão apenas das acusações ligadas aos atos de vandalismo ocorridos em janeiro de 2023. Os demais ministros acompanharam o voto, incluindo Flávio Dino, que fez duras críticas à iniciativa da Câmara.
O voto de Dino foi o mais contundente. Para ele, o Legislativo extrapolou suas atribuições ao tentar sustar uma ação penal em curso no Supremo. Ele afirmou que o Congresso não pode interferir no trabalho do Judiciário e comparou a tentativa da Câmara a práticas típicas de regimes autoritários. “Somente em tiranias um ramo estatal pode concentrar em suas mãos o poder de aprovar leis, elaborar o orçamento, efetuar julgamentos de índole criminal ou paralisá-los arbitrariamente — tudo isso supostamente sem nenhum tipo de controle jurídico”, escreveu.
Com a decisão, Ramagem seguirá respondendo por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe e organização criminosa. O processo relacionado aos atos de vandalismo, este ficará suspenso até o fim de seu mandato ou nova deliberação do Supremo.
PF concede aposentadoria a Alessandro Moretti, delegado indiciado no inquérito da 'Abin paralela'
Leia MaisDesaparecimento de árbitro em meio à disputa entre Guaçu e Areva reverte resultado de julgamento
Leia MaisMinistro anula investigação porque dados financeiros foram pedidos pelo MP diretamente ao órgão
Leia MaisDoleiro Alberto Youssef pede que Toffoli anule as condenações impostas por Sergio Moro na Lava Jato
Leia MaisLaranjas no Pará
PF descobre saques e transações suspeitas em empresas de marido de Elcione Barbalho
Leia MaisAlcolumbre e Motta desistem de ir a audiência no Supremo que criticou distribuição de verbas
Leia MaisTribunal de Contas de PE paralisa processo em que a Ambipar ganhou direito a explorar coleta na ilha
Leia MaisGonet propõe que privilégios só sejam pagos ao Ministério Público após decisão judicial
Leia MaisEduardo Siqueira, de Palmas, é preso em investigação sobre vazamento de informações do STJ
Leia MaisPF faz operação contra deputado e assessor por fraude com emendas em prefeituras do PT na Bahia
Leia MaisSupremo muda entendimento sobre o Marco Civil da Internet e aumenta responsabilidade de plataformas
Leia MaisPresidente do Senado não se esforçou para evitar a derrubada dos decretos que elevavam o IOF
Leia MaisApesar da resistência, Jair Bolsonaro anuncia que seu filho Carlos será candidato ao Senado por SC
Leia MaisDesembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo querem mudar plantões criminais da corte
Leia MaisDupla remuneração em xeque
Dirigentes da USP faturaram 1,7 milhão de reais da fundação que administravam
Leia Mais