Dobradinha suprema
O Supremo Tribunal Federal julgou dois casos criminais, e analisará um terceiro, a pedido do Superior Tribunal de Justiça. Os ministros das duas cortes concordam que é necessário reduzir substancialmente o número de recursos da esfera penal que chegam ao STJ. Isso requer, do Supremo, um esforço para uniformizar e pacificar entendimentos em questões criminais ainda controversas.
Um dos casos, analisado nesta semana, ampliou a possibilidade de o Ministério Público firmar acordos de não persecução penal. O STF entendeu que o MP pode propor o acordo em ações penais iniciadas antes do início da vigência do chamado Pacote Anticrime, lei que institui essa ferramenta jurídica, e até naquelas em que já exista condenação sem trânsito em julgado.
Nas investigações ou ações penais iniciadas a partir de agora, de acordo com o STF, o acordo pode ser proposto pelo Ministério Público mesmo depois de oferecida a denúncia.
Outro tema analisado pelo Supremo a pedido do STJ foi a soberania das decisões do júri. É comum que defesas de condenados nesses julgamentos levem ao Superior Tribunal de Justiça argumentações de nulidades processuais, de modo a impedir que seus clientes sejam presos.
Nesse julgamento, o STF considerou inconstitucional o artigo do Código de Processo Penal que determinava o cumprimento imediato da pena somente para quem havia sido condenado a mais de 15 anos de prisão. Agora, independentemente do total da pena aplicada, o réu será preso após o anúncio do veredito. Essa decisão reduzirá, em tese, os recursos ao STJ de pena do júri.
O terceiro julgamento de interesse do STJ, ainda a ser marcado pelo Supremo, analisará a constitucionalidade de pedidos diretos de relatórios do Coaf pelo Ministério Público.
Para a maioria dos ministros do Supremo, trata-se de um assunto já pacificado. Mas o tema ainda divide o STJ, que recebe recursos amiúde sobre possíveis rachaduras nesse entendimento.
Em 2019, o Supremo decidiu que o Coaf e a Receita Federal podem enviar relatórios de forma sigilosa e espontânea para que as autoridades investiguem movimentações financeiras atípicas. Porém, o STJ entendeu que a decisão do Supremo não abarca eventuais solicitações feitas pelo Ministério Público e pelas polícias aos órgãos de controle financeiro e tributário para embasar investigações iniciadas sem essas informações.
Parte dos ministros do STJ entende que o MP e as polícias podem pedir relatórios ao Coaf e à Receita Federal sem autorização judicial, desde que justifiquem como isso auxiliará as investigações. Outra parcela da corte defende a atuação do juiz nessas solicitações para impedir abusos, como investigações especulativas, conhecidas como fishing expeditions.
A 1ª Turma do STF já se manifestou favoravelmente a essas solicitações sem autorização judicial. Em casos isolados, ministros do Supremo aplicaram esse entendimento. Mas, para a cúpula do STJ, o tema ainda precisa ser analisado pelo plenário da corte constitucional. Alguns dos ministros do STJ acreditam que, se o plenário do Supremo confirmar o que já foi definido pela 1ª Turma, diminuirão os recursos sobre esse assunto que ainda alcançam o tribunal.
TSE e Ministério da Justiça firmam parceria para evitar que PRF bloqueie rodovias nas eleições
Leia MaisSem provas, Moraes entende que X “burlou” proibição de acesso no Brasil e multa rede em 5 milhões.
Leia MaisLula oferece jantar a ministros do STJ antes das negociações para indicar novos integrantes
Leia MaisEstá em curso um movimento que visa não somente a sua derrota na eleição para o comando do Senado
Leia MaisKassio dá mais 90 dias para que União e Eletrobrás entrem em acordo sobre poder no conselho
Leia MaisNaufrágio de embarcação de luxo que pertencia a genro de fundador da Camargo mobiliza Brasília.
Leia MaisProcurador-geral Paulo Gonet se manifesta contra liberar inquérito das fake news para outros
Leia MaisItamaraty condena explosões de eletrônicos no Líbano, mas diz que pedidos por paz têm sido em vão
Leia MaisProcuradoria de SP aponta 3,5 bi em dívidas da Copape e pede para participar de recuperação judicial
Leia MaisCâmara deve votar hoje projeto que flexibiliza regras para compras públicas durante calamidades.
Leia MaisPesquisa Quaest indica que a cadeirada pode estar tirando eleitores de Pablo Marçal em São Paulo
Leia MaisMPF denunciou três italianos e seis brasileiros por lavagem de dinheiro da máfia
Leia MaisCNJ determina que denúncias contra Silvio Beltrão sejam investigadas por corregedoria
Leia MaisDesembargador que atrasa processo contra governador de Alagoas alega que caso é complexo
Leia MaisEx-ministro Sílvio Almeida será investigado por assédio sexual sob supervisão do Supremo
Leia Mais