Guedes sob ataque com centrão no Palácio do Planalto

A ocupação da Casa Civil pelo centrão com o senador Ciro Nogueira favorece Rogério Marinho no conflito que se arrasta há tempo com Paulo Guedes. O novo ministro vai se alinhar com o chefe do Ministério do Desenvolvimento Regional porque concorda que o governo precisa gastar mais com programas sociais e obras de infraestrutura se Jair Bolsonaro quiser ser reeleito no ano que vem.

O ministro da Economia ficou em situação difícil porque não conseguiu definir o custo do novo programa social que vai substituir o Bolsa Família. Guedes ainda não se sabe se haverá aumento no valor dos benefícios ou se a base de inscritos será ampliada.

O Bolsa Família custa cerca de R$ 30 bilhões por ano, mas esse valor pode triplicar segundo cálculos de entidades independentes que estimam um aumento do valor médio e a ampliação da base de beneficiados.

As discussões de mudanças em programas sociais têm ignorado o Ministério da Economia, que é avisado quando o modelo está definido. Um exemplo recente foi a recriação do bolsa-gás. Neste momento, o assunto envolve apenas Petrobras e os ministérios de Minas e Energia e Cidadania.

Além das pressões por mais gastos, Guedes perdeu recentemente a gestão dos fundos ligados ao trabalhador e as políticas de emprego e renda porque Bolsonaro recriou o Ministério do Trabalho e escolheu Onyx Lorenzoni para comandá-lo.

Na nova dinâmica de poder com o centrão no Palácio do Planalto, Guedes corre o risco ver a recriação de dois ministérios: Planejamento, responsável pela gestão do orçamento, e Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, que pode voltar a ser o MDIC.