A poucos passos dos golpistas
A prisão do general da reserva Mário Fernandes na operação Contragolpe deixa claro o objetivo da Polícia Federal de encontrar uma ligação direta entre a cúpula golpista instalada no governo de Jair Bolsonaro e os atos de vandalismo do dia 8 de janeiro, em Brasília.
Até o momento, os materiais divulgados na atual operação e na anterior, Tempus Veritatis, apontam que militares da alta cúpula tramaram um golpe de estado para impedir que Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin assumissem e manter Bolsonaro no poder. Mas ainda há lacunas nos dois casos.
A principal dúvida é sobre a real participação de Bolsonaro no esquema golpista. Segundo os indícios levantados até o momento, a minuta de um decreto para melar as eleições e manter Bolsonaro no cargo. No material da Tempus Veritatis, a Polícia Federal constatou que membros do alto escalão do Palácio do Planalto tiveram acesso a essa minuta, ajudaram a redigi-la e a discutiram com Bolsonaro em reuniões.
Na operação Contragolpe, o plano revelado ia além da minuta golpista. A ideia seria assassinar Lula, Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes.
O general da reserva Mário Fernandes pode ser uma peça fundamental para ligar os dois primeiros casos com os atos do 8 de janeiro. Segundo a investigação, ele atuava como uma espécie de interlocutor entre a cúpula do Palácio do Planalto e os manifestantes que acamparam por quase três meses em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília.
O general frequentava o acampamento. Nas visitas, ouvia reclamações dos manifestantes e as repassava ao governo. O relatório da PF diz que ele atuava como provedor material e financeiro e dava orientações aos acampados.
Os policiais encontraram mensagens enviadas a Fernandes por Rodrigo Ikezili, marido de Klio Damião Hirano, bolsonarista presa na operação Nero, que investigou suspeitos de promover a tentativa de invasão à sede da Polícia Federal, em dezembro de 2022, dia em que Lula e Alckmin eram diplomados no Tribunal Superior Eleitoral. Nas mensagens, Ikezili pedia a Fernandes orientações e ajuda para resolver questões burocráticas dos manifestantes.
Há indícios de que Fernandes tinha influência sobre outros grupos de manifestantes. Um áudio captado pela Polícia Federal mostra um manifestante de São Paulo reclamando sobre a demora de Bolsonaro em dar o golpe de estado e sobre como isso estava desanimando os participantes do movimento.
Além da prisão, Fernandes foi alvo de busca e apreensão. Os investigadores pretendem com isso descobrir se havia ligação entre o Palácio do Planalto e o 8 de janeiro.
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