A CPI fantasma
O risco da catástrofe em Maceió pode ter o efeito contrário ao esperado, o de que a CPI da Braskem saia e puna os responsáveis pela crise humanitária, ambiental e social na cidade. Se sair efetivamente (até agora ficou só na leitura), diz um senador governista, será para dar em nada.
Ao longo do final de semana houve conversas políticas a respeito e, tanto aliados de Renan Calheiros (MDB-AL), autor do requerimento para a criação da comissão, como governistas, que têm conseguido emperrar a CPI, concordam que se o foco do inquérito resvalar na política pode prejudicar o próprio entusiasta da comissão.
Renan decidiu criar constrangimentos à Braskem porque, no início do ano, o prefeito de Maceió, JHC (PL),firmou um acordo de R$ 1,7 bilhão com a petroquímica. O dinheiro, na teoria, deve ser investido em obras para melhorar a qualidade de vida, principalmente no transporte, área bastante atingida com o afundamento dos bairros provocados pela empresa.
Lembrou-se que a ex-presidente Dilma Rousseff esteve no local em 2012, celebrando a duplicação da planta de exploração do sal-gema na cidade. Ao lado dela estava o senador que hoje diz ser preciso investigar a Braskem. Também estava o então prefeito, Cícero Almeida (PP), na época, aliado da família de Arthur Lira (PP-AL), adversário de Renan.
Segundo a análise deste senador, Renan acha que poderá, além da Braskem, atingir seus adversários políticos, porque a política de solo é de responsabilidade das prefeituras. E ele quer ser o relator.
O problema é que a administração estadual tem obrigação com as políticas ambientais, inclusive de fiscalizacão (e não apenas de liberação) e, seu filho, o hoje ministro Renan Filho, ficou por oitos anos como governador. Um aliado seu, Paulo Dantas (MDB), é governador.
E, por fim, a Petrobras, sócia da petroquímica, pode ter negligenciado, justamente durante as gestões petistas, os riscos humanos, sociais e ambientais na exploração do sal-gema em Maceió. Conclui o político: uma investigação aprofundada, séria, não interessa a ninguém no Congresso.
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