Governo contra Renan
O governo não quer arrumar briga com o senador Renan Calheiros (MDB-AL), um grande aliado, mas vai trabalhar para impedir a instalação da sua CPI da Braskem. Acha que qualquer investigação no Congresso é ruim e, neste caso, também é ruim para a Petrobras.
Calheiros reuniu 45 assinaturas - são necessárias 27 - para a instalação da comissão parlamentar de inquérito para apurar o afundamento de bairros em Maceió por conta da exploração da petroquímica na cidade.
No governo, a percepção é de que o senador tenta —de novo (aqui e aqui)— nacionalizar seus problemas locais com o presidente da Câmara, o deputado Arthur Lira (PP-AL).
Entenda: a Braskem fechou um acordo de indenização às vítimas do afundamento com a prefeitura de Maceió, cujo comando é de JHC (PL), um aliado de Lira. Renan esperava que o acordo fosse fechado com o governo do estado, de seu afilhado político Paulo Dantas (MDB).
Para o senador, o pagamento de indenização por meio da prefeitura vai desequilibrar as disputas locais, não apenas em Maceió, na eleição do ano que vem.
A tentativa de Renan Calheiros de fechar um acordo com o governo de Alagoas passava pela interferência da Petrobras, segunda maior acionista na Braskem. Mas o presidente da estatal, Jean Paul Prates, o ignorou.
Para o governo, a decisão do senador de criar uma CPI foi tomada sem grande reflexão, já que o próprio Renan pode ser vítima. Ele apareceu em delações da Odebrecht, na Operação Lava Jato, como beneficiário de propina da Braskem.
Seu caso Jato foi arquivado, mas às vésperas de uma eleição local, pode atrapalhar seus aliados.
Calheiros está convencido, porém, que a CPI só atingiria seus adversários (leia aqui).
O afundamento nos bairros em Maceió contou com a letargia do governo de Alagoas, que tinha à frente o hoje ministro Renan Filho (Transporte).
Na avaliação de governistas, o grupo político do senador pouco agiu para cobrar da petroquímica, que inicialmente negou ter responsabilidade sobre o dano ambiental e social.
Segundo a avaliação da mesma fonte do governo, Calheiros está tão passionalmente ligado ao tema que decidiu ele mesmo fazer parte de um grupo de trabalho criado em Alagoas para investigar eventuais crimes cometidos pela petroquímica.
“Não é trabalho de um senador da República”, diz uma fonte.
Caberá ao líder do governo Jaques Wagner (PT-BA) procurar seus pares que assinaram o requerimento de CPI para convencê-los a retirar suas assinaturas. Também ficará acertado com Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, enrolar a leitura do documento.
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