Fechados com Moraes
A 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal chancelou por unanimidade a decisão do ministro Alexandre de Moraes que suspendeu o X no Brasil. O antigo Twitter foi bloqueado na última sexta-feira (30), porque o dono da rede social, Elon Musk, se recusa a cumprir as ordens judiciais para derrubar perfis ligados ao bolsonarismo com o argumento de proteger a liberdade de expressão.
Tanto na decisão do dia 30 quanto na decisão chancelada pelos colegas nesta segunda, Moraes reafirmou a necessidade de garantir a soberania nacional. O ministro tentou justificar a medida - que tem efeito limitado por ser impossível de cumprir e fiscalizar - explicando que a suspensão foi a única saída possível.
"A aplicação de multa diária à empresa X Brasil, a decretação de solidariedade para o pagamento do montante total entre todas as empresas do 'grupo econômico de fato’, liderado por Elon Musk e as intimações para a indicação de novo representante legal com atuação do Brasil mostraram-se totalmente inúteis, pois a desobediência às ordens judiciais permanecem até hoje", disse Moraes.
A decisão unânime contou com apresentação de votos por todos os ministros da 1ª Turma: Cármen Lúcia, Flávio Dino, Cristiano Zanin e Luiz Fux, o único a divergir parcialmente. O ato de Fux reforça ainda mais o apoio a Moraes, pois ministros costumam divulgar os chamados votos vogais quando discordam, mesmo que minimamente, do relator da ação.
Dino afirmou que, após a análise do caso, "emerge a certeza quanto ao acerto das deliberações [de Moraes]". Zanin disse que o "reiterado descumprimento de decisões do Supremo Tribunal Federal é extremamente grave para qualquer cidadão ou pessoa jurídica pública ou privada". Cármen Lúcia defendeu que "Democracia exige responsabilidade e comprometimento jurídico, social, político e econômico de todas as pessoas naturais e jurídicas, nacionais e não nacionais".
Único a não concordar totalmente com Moraes, Fux pediu que a ação se atenha apenas aos nomes listados na apuração, para que "não atinja pessoas naturais e jurídicas indiscriminadas e que não tenham participado do processo". A divergência minúscula apenas sinaliza aos críticos sobre os poderes infinitos de Moraes, que investiga, processa e julga os acusados, mesmo sendo vítima em algumas situações.
Leia outras notícias publicadas pelo Bastidor sobre o tema e os votos apresentados pelo ministro do STF no julgamento que manteve a suspensão do X:
Gonet pede ao STF que barre emenda que permite reeleições nos maiores tribunais de justiça
Leia MaisInvestigação sobre golpe mostra fragilidade do sistema de validação de linhas telefônicas
Leia MaisEx-vice-presidente da Caixa é demitido do serviço público por justa causa por assédio sexual e moral
Leia MaisComcast decide se desfazer da CNBC, cuja marca estreou no último fim de semana no Brasil
Leia MaisEm ação antitruste, Departamento de Justiça dos EUA quer que empresa venda o navegador Chrome
Leia MaisGoverno de Alagoas abate quase metade da dívida da usina falida e procuradores levam comissão de 20%
Leia MaisEm nova ação contra a Lava Jato, Toffoli retira sigilo de caso de gravação de conversas do doleiro
Leia MaisProcuradores da PGFN mudam postura e estendem prazo para análise de desconto em dívida da Laginha
Leia MaisBradesco exige votação que respeite a ordem dos credores na assembleia de credores da Laginha
Leia MaisProcuradores dos EUA avançam criminalmente contra bilionário amigo de Modi após ataque da Hindenburg
Leia MaisConselho Nacional de Justiça aposentou desembargadora envolvida em venda de sentenças
Leia MaisInvestigações tentam encontrar laços de militares que queriam matar Lula com o 8 de janeiro
Leia MaisMilitares e um agente da PF presos queriam matar Lula e Alckmin; Moraes também era alvo do grupo
Leia MaisO mês que marcaria os últimos dias do governo Bolsonaro foi o escolhido para o golpe, segundo a PF
Leia MaisOperação da PF assusta por mostrar que, sob Bolsonaro, militares podem matar adversários políticos
Leia Mais