À espera da PF
O clima no Tribunal da Justiça da Bahia é o pior possível. Alguns desembargadores dão como certa uma visita da Polícia Federal à corte em breve. Os medo cresceu porque os últimos dois meses foram repletos de notícias ruins.
Na quarta-feira (5), o STJ recebeu mais uma denúncia relacionada à operação Faroeste, que investiga venda de sentenças e grilagem no sertão baiano. A Corte Especial tornou ré a desembargadora Ilona Márcia Reis e a manteve afastada das funções por mais 12 meses.
Ilona responde pelos crimes de associação criminosa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O Ministério Público Federal afirma que ela recebeu R$ 800 mil por decisões em três processos envolvendo imóveis no oeste baiano.
O relator do caso, ministro Og Fernandes, listou como prova a descoberta de decisões e votos em nome de Ilona Reis que sequer tinham sido proferidos. Os documentos foram encontrados com um advogado e um ex-servidor da corte baiana.
O voto de Og para aceitar a denúncia também considerou relatórios do Coaf com movimentações bancárias atípicas feitas pela desembargadora e comprovantes de depósitos em dinheiro com valores fracionados em diversas contas.
Em 17 de abril, os já denunciados Maria do Socorro Barreto Santiago (desembargadora), Sérgio Humberto de Quadros Sampaio (ex-juiz), Adailton Maturino dos Santos (empresário) e Geciane Souza Maturino dos Santos (empresária) tornaram-se réus mais uma vez no STJ.
São acusados de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Maria do Socorro também teve seu afastamento renovado até abril de 2025. Segundo o MPF, duas escrituras de imóveis foram fraudadas com anuência de decisões do então juiz Sérgio Sampaio e da desembargadora Ilona. Os pagamentos, continua a denúncia, foram feitos pelos empresários Adailton e Geciane, que usaram laranjas.
O recebimento da denúncia aconteceu cinco dias após Luís Felipe Salomão, corregedor Nacional de Justiça, encerrar uma inspeção no TJBA que quase se transformou em intervenção. A medida mais drástica só não foi adotada porque a diretoria do tribunal convenceu a corregedoria de que colocaria tudo em ordem.
Para além das investigações sobre venda de decisões, a corregedoria do Conselho Nacional de Justiça afirmou ter encontrado um cenário preocupante de desorganização administrativa, que atrapalha o atendimento.
Leia o que o Bastidor já publicou sobre a operação Faroeste:
- Faroeste descobriu dobradinhas entre desembargadores Sandra Inês e Baltazar Saraiva
- Relatório da PF mostra como se escolhe um procurador-geral de Justiça na Bahia
- A charutada do corregedor do Ministério Público
- A delação que pode implodir o Judiciário da Bahia
- Continua de castigo
- A nova desembargadora do TJBA
- A linha de impedimento
- Desembargador delatado na Faroeste será corregedor
- Desembargador delatado na operação Faroeste que ser corregedor do TJBA
- STJ determina que secretário de Segurança da Bahia exonerado após Faroeste volte à PF
Maior escritório do mundo e principal juiz de falência dos EUA enfrentam suspeita de corrupção.
Leia MaisJulgamento sobre pena do porte de maconha tem briga entre ministros e voto que consolida maioria.
Leia MaisEmpreiteiras que renegociam multas buscam apoio de Vaccari e outros petistas para pressionar governo
Leia MaisPolícia Federal faz operação contra desembargador suspeito de vender sentenças no TJSP
Leia MaisFux manda intimar PF para se manifestar no inquérito sobre prática de rachadinha por Janones
Leia MaisAdvogada que já representou políticos importantes pode atrapalhar candidato do ministro Luiz Marinho
Leia MaisNovo ministro do TST, apoiado por Pacheco, é aprovado quase por unanimidade no Senado.
Leia MaisEx-marqueteiros do PT, João Santana e Mônica Moura têm processos anulados pelo ministro do Supremo.
Leia MaisSenado aprova indicação de Mauro Campbell Marques para a Corregedoria-Nacional de Justiça.
Leia MaisDisputa pela Usiminas foi decidida pelo STJ na terça, mas empresa derrotada já disse que recorrerá.
Leia MaisCom advogados ligados ao PT, listas para duas vagas no tribunal têm escolhas fáceis para Lula
Leia MaisCCJ do Senado aprova lei que regulamenta cassinos e jogo do bicho por 14 votos a 12.
Leia MaisApós suspeitas, dois juízes que atuaram na massa falida da Usina Laginha viraram corregedores dela.
Leia MaisFraport pediu prazo de quatro semanas para levantar informações sobre danos no Salgado Filho
Leia MaisIrmãos Brazão e outros dois suspeitos de planejar a morte de Marielle Franco viram réus no Supremo
Leia Mais