O movimento pela Copape
Há um movimento na Agência Nacional de Petróleo para restituir à Copape sua licença de funcionamento, após a própria ANP proibir a empresa de exercer atividades de formulação e distribuição de combustíveis e de atuar como agente de comércio exterior.
A diretoria da ANP volta a analisar o caso da Copape nesta quinta-feira (28). Não será a primeira vez. Na última reunião, o assunto esteve na pauta, mas o diretor Fernando Moura pediu vistas do processo.
É justamente em Fernando Moura que repousa a maior esperança da Copape. Fontes da agência consultadas pelo Bastidor dizem que ele pode propor apenas uma advertência para a empresa, que voltaria a funcionar normalmente. A ANP conta com cinco diretores. Não se sabe se a maioria vai aderir ao movimento.
Moura está na ANP desde 2022. É próximo de José Vicente Santini, hoje chefe do escritório do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, em Brasília.
O Bastidor procurou o diretor Fernando Moura na terça-feira (26) por e-mail e por telefone. Perguntou sobre o movimento para liberar o funcionamento da Copape com apenas uma advertência. Não obteve resposta.
A decisão da ANP que impediu a Copape de exercer suas atividades foi publicada em julho. Somente na esfera administrativa, a empresa é acusada de infringir regras na comercialização, no exercício da atividade e no armazenamento de combustível.
A empresa também é alvo do Ministério Público de São Paulo. O órgão ofereceu denúncia em que acusa a Copape e a distribuidora Áster, do mesmo grupo, de sonegarem cerca de 1 bilhão de reais em impostos.
As suspeitas contra a Copape e a Aster vão além. O MP também investiga uma ligação do dono formal das empresas, Mohamad Hussein Mourad, com organizações criminosas, como o PCC.
A Copape tenta, na ANP e na justiça, derrubar a decisão da agência. A defesa da empresa diz que as acusações têm como base uma campanha difamatória dos concorrentes. Também afirma que poderia haver desabastecimento caso ela fosse derrotada na justiça.
Antes de ser indicado pelo governo Bolsonaro à ANP, Fernando Moura foi secretário na Casa Civil, na Secretária-Geral da Presidência e no ministério do Meio Ambiente.
Na Casa Civil, chegou a ser exonerado por Bolsonaro em um imbróglio que envolveu seu aliado Santini. Em 2020, quando ocupava interinamente a Casa Civil, Santini foi à Suíça e à Índia em um voo da FAB (Força Aérea Brasileira).
No dia 28 de janeiro, Bolsonaro demitiu Santini e colocou Fernando Moura em seu lugar. No dia seguinte, Moura nomeou Santini para outro cargo na Casa Civil. Bastaram algumas horas para Bolsonaro tornar sem efeito a nomeação de Santini e exonerar Moura.
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