Sputnik: centrão, Flávio Bolsonaro e Planalto querem a vacina "a qualquer custo"
A eleição de Arthur Lira e de Rodrigo Pacheco aumentou substancialmente a força política da ampla coalizão que busca aprovar, a qualquer custo, o uso da vacina russa Sputnik no Brasil. "A qualquer custo" é a expressão de um dos parlamentares que passaram a defender a Sputnik como alternativa à "vacina do Doria".
Como revelamos, há uma operação de guerra em Brasília para atropelar as exigências da Anvisa e assegurar que a vacina seja vendida ao governo brasileiro. Inclui pressão no Supremo, lobby junto aos congressistas do centrão e o convencimento do presidente Jair Bolsonaro.
Esse ataque político, jurídico e midiático escamoteia os obstáculos técnicos para a aprovação emergencial do imunizante. Explicamos a natureza desses empecilhos aqui, aqui e aqui.
Viu-se, mais uma vez, o discurso político na entrevista de hoje do presidente da União Química, parceira do governo russo no Brasil, à Globonews. Fernando Marques disse que conta com a ajuda do Congresso para aprovar a vacina - uma declaração incompatível com a natureza científica e técnica da avaliação sanitária sobre a eficácia, a segurança e a qualidade de um imunizante.
Marques disse, ainda, que o laboratório aguarda uma posição da Anvisa, o que não procede. É a União Química que precisa enviar dados à agência. Comprometeu-se com isso. Trata-se de um fato.
Mais cedo, houve uma boa notícia quanto à Sputnik. Um estudo preliminar publicado na revista científica Lancet confirmou a eficácia de 91% do imunizante. É a primeira evidência de que a vacina do governo russo pode ser uma boa opção. Contudo, trata-se, novamente, de um estudo preliminar do governo russo - não de uma avaliação completa, ainda que emergencial, da segurança, da eficácia e da qualidade da Sputnik.
A publicação do estudo alavancou a narrativa açodada de que, em síntese, a vacina está pronta para ser usada. Bastaria "vencer os obstáculos burocráticos" da Anvisa e da OMS - o que não corresponde aos fatos e à legislação vigente no Brasil.
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