Sem uma boa opção
Nenhum resultado da eleição deste domingo (28), na Venezuela, significará sossego para o governo Lula. Após 11 anos no poder e mesmo com fartas opções de fraudes e intimidações à mão, o ditador Nicolás Maduro pode ser derrotado. Se isso acontecer, o risco de um conflito armado é real. Se Maduro vencer, será com base em fraudes e seguirá sendo um peso.
O regime de Maduro é uma ditadura mantida por militares, milícias, crime organizado, benefícios sociais e um judiciário de fachada. Quando falou em “banho de sangue”, durante a semana, Maduro não se referia à oposição, ameaçava os opositores e os eleitores.
O principal desejo do Itamaraty é evitar um conflito armado no país. Seria péssimo para o Brasil estar ao lado de uma ditadura que promove massacres ao perder uma eleição que deveria ser de mentirinha. Uma Venezuela convulsionada pode levar a alguma ação dos Estados Unidos, algo ruim para a liderança do Brasil na América do Sul.
No Brasil, a Venezuela só importa ao pequeno eleitorado de Roraima, que recebe refugiados, e aos bolsonaristas, que a usam em memes para associar Maduro ao presidente Lula. Mas um massacre muda a situação e pode gerar um desgaste interno relevante para o governo Lula, por seu histórico que mistura pragmatismo e leniência com o regime desde os tempos de Hugo Chávez.
Em caso de vitória de Maduro, Lula terá de continuar a lidar com um colega que abusa de sua paciência, estica a corda e só traz prejuízos. Manter as coisas como estão é ruim, mas a alternativa pode ser pior.
Caso o opositor Edmundo González vença, o governo Lula terá de correr para reconhecer o resultado e cobrar respeito a ele. Num lance inteligente, na semana passada Gonzalez ofereceu uma ampla anistia caso seja eleito, o que pode desarmar aliados de Maduro. Se as coisas correrem em paz, González precisará de Lula, que ajudou a oposição venezuelana ao dar declarações em favor da democracia que irritaram Maduro.
A presença do assessor especial da Presidência, Celso Amorim, em Caracas é um risco. Em caso de vitória de Maduro, sua presença pode parecer apoio. Em caso de vitória de González, ele nada poderá fazer para evitar que o regime de Maduro parta para a violência.
Gonet propõe que privilégios só sejam pagos ao Ministério Público após decisão judicial
Leia MaisPresidente do Senado não se esforçou para evitar a derrubada dos decretos que elevavam o IOF
Leia MaisApesar da resistência, Jair Bolsonaro anuncia que seu filho Carlos será candidato ao Senado por SC
Leia MaisDesembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo querem mudar plantões criminais da corte
Leia MaisDupla remuneração em xeque
Dirigentes da USP faturaram 1,7 milhão de reais da fundação que administravam
Leia MaisMinistro contraria expectativa e vota com Mendonça para manter como está o Marco Civil da Internet
Leia MaisEm dia catastrófico para o governo, Congresso derruba IOF, aprova mais deputados e desgasta Lula
Leia MaisWajngarten e Paulo Bueno vão depor à PF por abordagens a filha, esposa e mãe de Mauro Cid
Leia MaisIndiciado, corregedor da Abin pede à PGR que sua parte no inquérito seja arquivada
Leia MaisDino manda investigar pagamentos milionários a juízes e desembargadores de Rondônia
Leia MaisRombo no TRF-1 leva CNJ a mirar precatórios emitidos irregularmente em todos os tribunais federais
Leia MaisTrês são presos em investigação por favorecimento em inquéritos e liberação de itens apreendidos.
Leia MaisPGR deve denunciar primeiro indiciados pela 'Abin paralela' que tiveram elo com a trama golpista
Leia MaisAnac cassa de vez a autorização da Voepass, que não poderá mais operar voos comerciais
Leia MaisSem registros no STF, encontro vira disputa de versões entre Braga Netto e Mauro Cid
Leia Mais