Sem correr riscos
Ao se concentrar em falar de combate à pobreza e à fome, de concentração de riqueza, de meio ambiente e contra conflitos militares, o presidente Lula ficou num terreno seguro ao pronunciar o tradicional discurso anual de abertura da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, nesta terça-feira (24). Lula evitou deslizes, atuou como um time que joga o suficiente para vencer.
O combate à fome e à pobreza é um tema obrigatório para Lula em eventos internacionais. Por sua história de vida e pela atuação nos dois primeiros mandatos, é visto no exterior como o dono do tema. Não tratar dele seria como se um cantor não executasse sua música de maior sucesso no mundo; falar é garantia de aplausos.
Ao tratar de meio ambiente, Lula evocou o tema que mais chama a atenção de estrangeiros sobre o Brasil, devido à Amazônia. Como o país será sede da COP30 no ano que vem, era obrigatório dedicar uma porção considerável da fala a isso. Admitir que as queimadas assolam o país foi uma defesa prévia para críticas que já ocorrem pela incompetência do governo na área e devem ser maiores no futuro.
Lula foi cuidadoso ao tratar de temas distantes do Brasil, que já lhe renderam dissabores. Ao falar da invasão da Ucrânia pela Rússia, o fez por meio do entendimento pela paz estabelecido com a China, um ator maior e mais bem posicionado na discussão – algo muito diferente de 2023, quando tentou se colocar como mediador do conflito e colheu constrangimentos.
Lula condenou os ataques sistemáticos de Israel à Palestina e ao Líbano pelo lado da crise humanitária. “O que começou como ação terrorista de fanáticos contra civis israelenses inocentes, tornou-se punição coletiva de todo o povo palestino”, disse. Foi uma forma de criticar o belicismo de Israel, sem denotar apoio ao terrorismo do Hamas e arrancar aplausos da delegação palestina presente.
Lula reservou apenas 166 de 2.114 palavras para tratar de temas como a reforma do Conselho de Segurança da ONU e mais espaço na entidade para países fora do eixo de poder, como o Brasil e os da África. “Não tenho ilusões sobre a complexidade de uma reforma como essa, que enfrentará interesses cristalizados de manutenção do status quo” disse.
Foi melhor assim. Deu seu recado sem gastar energia numa seara que o Brasil não tem força para atuar e onde, se algo mudar, não será tão cedo. Sua fala deu para o gasto.
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