Os responsáveis pelo impasse na federação entre PT e PSB

Para PCdoB e PV, legendas interessadas numa federação com o PT, a aliança com o PSB está a cada dia mais difícil de ocorrer. O soçobro da federação não significa que também cairá o apoio à candidatura de Lula no PSB. Eles acreditam, porém, que uma aliança formal que inclua PSB está cada dia mais difícil.

Fontes inteiradas das conversas apontam aqueles que trabalham para que, de fato, a federação não vá adiante: Márcio França (ex-governador de São Paulo), Rodrigo Rollemberg (ex-governador do Distrito Federal), Renato Casagrande (governador do Espírito Santo), João Campos (prefeito de Recife) e Carlos Siqueira (presidente do PSB).

Tanto em São Paulo quanto no Distrito Federal e no Espírito Santo, o histórico do PSB e do PT é de divergência, de disputas locais. Na visão desses socialistas, uma federação, com seus quatro anos de aliança, prejudicaria a identidade do partido, a formação de bancadas nos municípios e na eleição de prefeitos, alterando a percepção que o eleitor tem sobre os partidos.

Márcio França, como se sabe, não desiste de sua candidatura ao governo de São Paulo, criando um impasse. Lula não abre mão de São Paulo para o PT.

Já João Campos, prefeito do Recife, também tem trabalhado contra a união formal. Ele entende que os quatro anos de federação prejudicarão sua reeleição - embora seu aliado, o governador Paulo Câmara, discorde. Há em Câmara o medo que o eixo de poder interno mude do estado para São Paulo.

O impasse sobre São Paulo, principalmente, tem feito PCdoB e PV pensar em uma alternativa à federação que inclua o PSB. Avaliam se vale, sozinhos, se unir ao PT ou se procuram outras legendas, como Rede e Psol, para uma aliança.