Nem Lula ajuda o PT
O resultado das eleições municipais deste domingo (06) não foi bom para o PT. O partido aumentou de 183 para 220 prefeituras, mas nenhuma delas é relevante. O desempenho fica pior porque foi obtido no mandato do presidente Lula, que carrega o partido nas costas. A ausência de Lula das campanhas pode explicar parte desse desempenho, mas não todo.
No quadro geral, o PT perdeu feio em Belo Horizonte, perdeu em Teresina, apesar de ter o governador do Piauí, e perdeu em Goiânia, onde tudo indicava que iria para o segundo turno e foi atropelado pelo candidato bolsonarista. Perdeu também em Porto Alegre e Curitiba e não foi bem no interior de São Paulo.
Foi ao segundo turno na capital paulista com um candidato que não é seu, Guilherme Boulos, do Psol. Disputará o segundo turno com candidato próprio em 13 das 52 cidades onde haverá segundo turno.
É pouco para o partido que tem o presidente da República, a segunda maior bancada na Câmara e o segundo maior volume de dinheiro para gastar nas eleições.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, defende que o partido se recuperou. É verdade: o desempenho foi melhor, mas a comparação é com uma base ruim, das duas últimas desastrosas eleições municipais em 2016 e 2020.
Em 2016, sob os efeitos da Lava Jato, o PT despencou de 643 para 256 prefeituras. Na ocasião, o então prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, perdeu a reeleição para o novato tucano João Doria. Em 2020, o partido teve 8,6% com Jilmar Tatto, seu pior desempenho na cidade. No país, elegeu apenas 183 prefeitos, o pior resultado de sua história. Portanto, crescer este ano, sob o governo Lula, era praticamente obrigação.
O PT está muito longe do seu auge. Nada se compara ao desempenho de 2012, no governo Dilma, quando elegeu 643 prefeitos. Na ocasião, o PT crescia desde 2004. Foi beneficiado pela popularidade recorde de Lula e pelo desempenho econômico ainda razoável do início do governo Dilma. Este ano, nem Lula na presidência foi suficiente.
O PT ainda depende muito de Lula e o presidente não apareceu na campanha este ano porque sentiu o cheiro de derrota de longe. A questão é que o eleitor de Lula não é o mesmo do PT: ele pode votar no presidente, mas quando não é ele na urna eletrônica, as coisas são diferentes. Em São Paulo, parte do eleitorado que votou em Lula em 2022 marcou Ricardo Nunes, do MDB, por exemplo.
O eleitor de Lula não é essencialmente de esquerda. Lula consegue, por exemplo, captar eleitores evangélicos - ainda que menos do que antes do bolsonarismo -, coisa que o PT não consegue.
Partido de Lula decidiu apoiar a candidatura de Alcolumbre para presidência do Senado
Leia MaisVitória do republicano gera preocupações na economia e no relacionamento com o governo Lula
Leia MaisAutoridade Nacional de Proteção de Dados abre processo que pode gerar multas à empresa
Leia MaisSusep multa empresa em 2 milhões de reais por auditorias ineptas das demonstrações contábeis do IRB
Leia MaisPF indicia nove pessoas por morte do jornalista Dom Phillips e do ambientalista Bruno Pereira, no AM
Leia MaisCorregedor-geral de PE arquiva investigação contra juiz do processo de falência da usina
Leia MaisJustiça manda FGC pagar indenização a credores do finado Banco Cruzeiro do Sul.
Leia MaisDesembargador do TJ-SP é indiciado por esquema de venda de sentenças e lavagem de dinheiro
Leia MaisJustiça rejeita pedido dos fundadores da plataforma em ação judicial contra o Itaú BBA e Magalu
Leia MaisPetista é mais um a tentar convencer o ministro Kassio Nunes Marques a aceitar acordo da PGFN
Leia MaisPerfil do governo venezuelano posta imagem com crítica a Lula, em meio a crise por entrada nos Brics
Leia MaisAliados creem que postura do presidente na sucessão da Câmara trai fragilidade física e mental dele
Leia MaisComissão de juízes da Laginha ignora decisões de ministro do STF e prossegue com processo
Leia MaisSTJ manda tribunal julgar reclamação da J&F na disputa com a Paper pela Eldorado Celulose
Leia Mais