Escolhidos por comissão do Senado para ANS não têm experiência com saúde suplementar
A Agência Nacional de Saúde Suplementar, órgão que deveria fiscalizar os planos de saúde dos brasileiros, terá novos diretores em breve. Os nomes dos quatro indicados foram aprovados pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado dia 1º: Eliane Aparecida de Castro Medeiros, Francisco Antônio Barreira de Araújo, Alexandre Fioranelli e Maurício Nunes da Silva.
O quarteto substituirá, respectivamente, Paulo Rebello Filho - que deixou a diretoria para assumir a presidência da ANS até dezembro de 2024 - e os ex-diretores Rogério Scarabel Barbosa, Rodrigo Rodrigues de Aguiar e Simone Sanches Freire.
Três dos quatro indicados não têm experiência na área de saúde suplementar. Rebello, que já estava na ANS e fora indicado pelo PP, também não. Numa pandemia que expôs as fragilidades dos planos de saúde do país, o governo e o Senado estão perto de formar uma diretoria da ANS com gente sem preparo evidente para melhorar os serviços das operadoras.
O indicado com qualificação mais próxima do tema é Maurício da Silva, servidor de carreira da ANS e diretor substituto de fiscalização da agência - ou seja, conhecedor das burocracias da saúde suplementar, mas não necessariamente do cotidiano do mercado.
Em seguida vêm Francisco Antonio Barreira de Araujo e Alexandre Fioranelli. Ambos são médicos com décadas de carreira na área vascular. Além disso, Fioranelli tem uma clínica que leva seu nome, enquanto Barreira é diretor médico do Tribunal de Justiça Rio de Janeiro.
Eliane Medeiros foi secretária de Saúde das cidades mineiras de Ipatinga e Santa Luzia. A defensora pública aposentada é vice-presidente de uma associação de defensores em Minas Gerais após 32 anos de serviços prestados ao erário.
Ao Bastidor, Medeiros admitiu não ter experiência com saúde suplementar, mas disse que a área da saúde sempre a "encantou" e que - se aprovada no plenário do Senado - sua inexperiência será um trunfo porque chegará à agência sem visões pré-definidas do mercado. "Aprenderei com os técnicos [da ANS]", afirmou.
Os outros citados na reportagem foram procurados pelo Bastidor, mas não responderam aos contatos da reportagem.
A política por trás da indicação
Nenhum desses quatro indicados chegou onde está sem apoio político, que começa nos estados de onde vêm e chega até o parlamento. Fontes ouvidas pelo Bastidor afirmaram que esses nomes são parte de um pacote do governo.
O movimento é organizado pelos deputados Cezinha de Madureira, Junio Amaral, Marcelo Álvaro Antônio (ex-ministro do Turismo), Charles Evangelista e Lincoln Portela; com a benção de Marcelo Castro na CAS - o senador é, inclusive, relator do projeto das emendas de relator - de Aguinaldo Ribeiro (padrinho político de Rebello) e de Marcelo Queiroga.
Especificamente sobre Maurício da Silva, a benção veio do presidente da ANS, que teria sua cadeira na diretoria ocupada em 2020 pelo servidor quando da primeira indicação de Jair Bolsonaro. No ano passado, o presidente da República apresentou quatro nomes para avaliação do Senado.
Mas apenas Rebello restou na lista. O restante foi eliminado por Marcelo Queiroga. E Bolsonaro apresentou novos indicados na quarta-feira (1º), mesmo dia em que foram sabatinados e aprovados pela CAS.
Eliane negou conhecer pessoalmente os cinco parlamentares ou ter qualquer atividade político-partidária. Afirmou ainda que seu nome chegou ao Senado por indicação do Ministério da Saúde e que sua relação com o ministro Marcelo Queiroga foi protocolar, limitando-se a uma breve entrevista após análise do seu currículo.
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