Emendas, o ponto fraco
O acordo para Arthur Lira manter o controle da distribuição dos bilhões de reais das emendas parlamentares, mesmo após deixar a presidência da Câmara, em 2025, é o ponto mais sensível da disputa pelo cargo no momento. O principal público da casa, o baixo clero - deputados menos conhecidos e com menor poder - está insatisfeito com o atual método.
Na segunda-feira, Lira oficializou seu apoio ao deputado Hugo Motta, do Republicanos, como candidato à sua sucessão, em fevereiro. Está acertado entre os dois que Motta será o presidente da Câmara, mas Lira manterá o controle sobre as emendas - como faz desde 2020. Lira é o mais poderoso presidente da Câmara desde a redemocratização justamente por deter este poder.
A questão é que parte do baixo clero está cansada do controle de Lira e seus resultados. “O pessoal está cansado de tudo ficar nas mãos do Arthur (Lira)”, diz um deputado que apoia a dupla Elmar Nascimento e Antonio Brito, rival de Hugo Motta na disputa. “Por que as emendas são secretas? Porque tem gente recebendo muito mais que os outros”.
O fato de boa parte das emendas ser secreta motivou o bloqueio dos pagamentos pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal. Nem mesmo os parlamentares têm acesso total aos dados detalhados, sobre quem indicou determinado gasto, para onde e quanto foi enviado. Quem controla isso é Arthur Lira.
Este ano, deputados e senadores manejarão 49 bilhões de reais em emendas, equivalente a 20% das despesas livres do Orçamento federal. Foram as emendas as principais responsáveis pelo aumento da taxa de reeleição de prefeitos.
Ditar quem e quanto vai receber em emendas se tornou um poder paralelo tão grande quanto controlar a pauta da Câmara, ditar o ritmo dos trabalhos e se relacionar com o Executivo e o Legislativo.
Um dos principais motivos para Arthur Lira ter trocado o apoio a seu amigo, Elmar Nascimento, do União Brasil, por Hugo Motta foi o fato de Elmar não aceitar este arranjo: ele queria, se eleito, controlar a distribuição das emendas, como Lira faz hoje. Outra parte foi o veto do presidente Lula a Elmar.
Abandonado por Lira, Elmar uniu-se a Antonio Brito, do PSD que também quer ser candidato. O acordo entre os dois estabelece que quem tiver melhores perspectivas de votos será candidato à presidência. Se um dos dois vencer, caberá ao outro controlar a distribuição de emendas.
Hoje, ser presidente da Câmara é menos importante do que deter o controle sobre o instrumento que mais interessa aos deputados. Se mantiver a prerrogativa de distribuidor de emendas, Arthur Lira seguirá mais poderoso do que a maioria dos ministros do governo Lula.
Alexandre de Moraes impede ida de Bolsonaro aos Estados Unidos para assistir à posse de Donald Trump
Leia MaisAGU manda PF e Senacon investigarem a origem de postagens sobre as novas regras do pix
Leia MaisAzul e Gol anunciam que podem unir as operações no Brasil e criar empresa dona de 60% do mercado
Leia MaisPGR manifesta-se contra a ida de Bolsonaro à posse de Donald Trump em Washington
Leia MaisJustiça determina que empresa mapeie riscos e interrupções na distribuição de energia em São Paulo
Leia MaisGoverno revoga norma da Receita após não conseguir combater onda de desconfiança nas redes sociais
Leia MaisMoraes nega pedido da defesa de Rodrigo Bezerra para enviar processo sobre golpe à Justiça Militar
Leia MaisLoterj pede mais prazo para implementar sistema de geolocalização em sites de apostas do Rio
Leia MaisÀs vésperas da posse de Trump, SEC processa Musk por omitir aumento de participação no Twitter
Leia MaisMeta diz à AGU que checagem independente de postagens não acabará imediatamente no Brasil
Leia MaisFebraban publica nota em que desmente boatos sobre taxação do Pix
Leia MaisNubank exibe mensagem que tenta dissuadir clientes de fazer a apostas online
Leia MaisLula sanciona lei que prevê novo programa de renegociação das dívidas dos estados, mas piora contas.
Leia MaisSidônio Palmeira começa a recrutar equipes para mudar comunicação do governo federal.
Leia MaisSem convite, Lula decide enviar embaixadora do Brasil nos EUA para a posse de Trump
Leia Mais