Ataque hacker: o silêncio da oposição
O Bastidor perguntou aos líderes de oposição do Senado e da Câmara sobre o que fariam diante da invasão aos sistemas do Ministério da Saúde e da vulnerabilidade da segurança que governo dá aos dados que recolhe dos seus cidadãos. Até o fechamento desta nota, nenhum respondeu.
O Bastidor enviou suas perguntas aos líderes da Oposição, o senador Randolfe Rodrigues, da Rede, e o deputado Alessandro Molon, do PSB.
Também pediu uma manifestação dos líderes da Minoria, que funciona como oposição. Nada responderam o senador Jean Paul Prates, do PT, e o deputado Marcelo Freixo, do PSB.
Mais cedo, Molon escreveu em seu perfil do Twitter: “O ataque hacker ao ConecteSUS é mais um terrível atentado contra o combate à pandemia. O povo já não sofreu demais, Bolsonaro e seu governo?”
Também pelo Twitter, escreveu Randolfe: “A invasão do Sistema do Ministério da Saúde e do ConecteSUS é mais uma face do descaso desse governo com a vida das pessoas. (...) Os verdadeiros responsáveis devem ser responsabilizados”.
Já Freixo, também por seu perfil na rede social, escreveu que “é preciso investigar quem são os responsáveis por esse crime”. Prates nada comentou. Nem em seu perfil.
Todos disseram obviedades e nenhum deles disse o que fariam efetivamente como líderes da oposição do Congresso Nacional, a quem cabe fiscalizar e responsabilizar a gestão dos recursos públicos –as informações dos cidadãos são recursos públicos que o Estado tem a obrigação de preservar.
Os cidadãos são obrigados a entregar seus dados e informações mais íntimas ao Estado, gerido pelo Executivo e fiscalizado pelo Legislativo, o Congresso Nacional.
Enquanto isso, como mostrou o Bastidor, o presidente da Câmara, Arthur Lira, passou uma tarde relax em São Paulo em dia útil e com nada registrado em sua agenda oficial. A base eleitoral de Lira fica a quilômetros de lá, em Alagoas.
Nada há, até agora, de informação sobre uma possível convocação do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para explicar o problema. Nada há, até agora, sobre a convocação do servidor responsável pela segurança de dados do ministério para se explicar sobre o problema.
É o Ministério da Saúde ou uma empresa privada o responsável por garantir a preservação dos dados dos cidadãos? Houve ou não perda de dados? Havia backup? Onde está? Se não havia um backup, por quê? São algumas perguntas que o governo já deveria ter respondido ao fim do dia ou, no mínimo, tendo suas respostas cobradas pelos líderes da oposição.
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