Reforma para retroceder
A lei de Recuperação Judicial e Falência está sendo revista na Câmara sob o argumento de acabar com brechas que beneficiam empresários que não querem pagar suas dívidas. Mas algumas mudanças podem resultar no contrário, disseram fontes que atuam nesse mercado.
Nos últimos 20 anos foram feitas alterações para combater a chamada máfia das falências, que fazia jogos de cartas marcadas para privilegiar um grupo de administradores judiciais. Esses profissionais trocavam serviços entre as empresas em recuperação ou falidas.
Como esses gestores podem ser formados em Direito, Contabilidade, Administração de Empresa, e profissões correlatas, há uma complementaridade entre eles.
Com as mudanças, administradores judiciais passaram a oferecer o serviço completo, via empresas, com profissionais de diversas áreas necessárias à gestão desses casos. Agora, o projeto relatado pela deputada Daniele Cunha faz com que esses profissionais sejam registrados como pessoa física.
Mesmo que um advogado também saiba contabilidade e/ou administração, e vice-versa, é impossível fazer todo o trabalho sozinho. Isso abre brecha para que o sistema de dados viciados volte, com gestores judiciais subcontratando empresas de outros profissionais que atuam na mesma área.
A mudança ajuda a aumentar os preços cobrados por esses profissionais. Também facilita, quando somada ao mandato trienal imposto a administradores judiciais, a perda de controle sobre os ativos das empresas falidas ou em recuperação.
Há ainda o problema da escolha dos gestores fiduciários, que serão os "administradores judiciais" das falências. A escolha desses profissionais caberá às assembleias daqueles com dívidas a receber das companhias.
A regra dá mais poder aos grandes bancos, maiores detentores de créditos de empresas falidas. Fontes afirmam que a tendência nesses casos é que os maiores credores se imponham sobre os menores e os prejudiquem.
As mudanças na Lei de Recuperação Judicial e Falência foram parcialmente analisadas na última quinta (21), no plenário da Câmara. Mas a conclusão da discussão sobre o projeto ficou para a próxima semana, devido à inclusão de emendas ao texto original. Leia o substitutivo aqui.
Falta de respostas claras sobre maior ataque hacker da história mina confiança no sistema bancário
Leia MaisJuízes contestam Fernando Haddad sobre responsabilidade pelo aumento dos gastos com o programa
Leia MaisPesquisa mostra ceticismo de deputados com anistia e reprovação à estratégia de Bolsonaro
Leia MaisAtaque ao sistema financeiro
PF investiga roubo digital sem precedentes por meio de invasão a empresas centrais do setor bancário
Leia MaisTRF1 suspende decisão que determinava a paralisação de exploração de madeira no Amapá
Leia MaisTCDF manda notificar Secretaria da Educação por baixa qualidade da comida nas escolas
Leia MaisAGU anuncia que Lula resolveu recorrer da decisão do Congresso de derrubar aumento de imposto
Leia MaisAneel permitiu que Enel reajuste tarifa em 13,47%, apesar de falhas no fornecimento no ano passado
Leia MaisViagem secreta sob suspeita
PF investiga ida de dois delegados federais da "PF paralela" para São Paulo após a eleição de 2022
Leia MaisDelegados da investigação da Polícia Federal sobre roubo de aposentados são deslocados
Leia MaisPF concede aposentadoria a Alessandro Moretti, delegado indiciado no inquérito da 'Abin paralela'
Leia MaisDesaparecimento de árbitro em meio à disputa entre Guaçu e Areva reverte resultado de julgamento
Leia MaisMinistro anula investigação porque dados financeiros foram pedidos pelo MP diretamente ao órgão
Leia MaisDoleiro Alberto Youssef pede que Toffoli anule as condenações impostas por Sergio Moro na Lava Jato
Leia MaisLaranjas no Pará
PF descobre saques e transações suspeitas em empresas de marido de Elcione Barbalho
Leia Mais