Bolsonaro finalmente depõe, mas investigação sobre interferência na PF segue lenta
Jair Bolsonaro prestou hoje (4) o tão esperado depoimento sobre as acusações de que tentou interferir ilegalmente na PF. O presidente disse que nunca quis ter informações privilegiadas da PF ou da Abin - onde colocou os aliados Paulo Maiurino e Alexandre Ramagem, respectivamente - mas apenas saber de fatos relevantes antes de ler na imprensa.
Em relação à "segurança na ponta da linha", Bolsonaro afirmou que se referia aos integrantes do GSI lotados no Rio de Janeiro para proteger sua família. Sobre Moro, Bolsonaro relatou que o então ministro resistiu às propostas de mudança na PF e que esse foi o motivo da separação entre lavajatismo e bolsonarismo.
O presidente pontuou ainda que eventuais trocas na PF só seriam aceitar por Moro após a indicação do ex-juiz ao STF - em momento algum o presidente deixou claro se a promessa envolvendo a corte foi feita por ele ou imposta por Moro e nem em qual momento isso teria ocorrido.
O motivo alegado pelo agora político Sergio Moro para deixar o Ministério da Justiça motivou um inquérito que prometia derrubar o presidente. O vídeo da reunião ministerial de 22 de abril de 2020 corrobora fortemente a intenção do presidente em interferir no comando da PF por razões pessoais - se esse ato pode ser tipificado como crime, cabe à PGR determinar. Os demais depoimentos tomados ainda no primeiro semestre do ano passado fortaleceram essa versão dos fatos.
Faltava, porém, o depoimento do presidente. Como a crise provocada pela saída de Moro arrefeceu no decorrer dos meses, o inquérito seguiu o mesmo ritmo. Antes de se aposentar, o decano Celso de Mello determinou que o depoimento deveria ser presencial.
Depois que o ministro saiu do STF, o processo parou. Foi Bolsonaro quem mais fez pelos andamentos recentes da investigação aberta por Augusto Aras do que a PGR.
Partiram do presidente os dois últimos movimentos nessa apuração: a escolha por depor presencialmente, após dizer que preferiria por escrito, e o depoimento em si.
E não se pode perder de vista as circunstâncias da realização do depoimento - às escuras e sem participação dos advogados de Moro ou de procuradores. Numa investigação sobre interferência presidencial na PF, qualquer detalhe importa.
Agora, cabe a PF produzir um relatório final; a Aras, cabe decidir se Bolsonaro cometeu ou não algum crime. O PGR já disse a pessoas próximas avaliar que o presidente agiu dentro das prerrogativas que o cargo lhe confere. Assim, a tendência é que, em algum momento, Aras arquive o inquérito.
CEO da Petrobras não conta mais com o apoio irrestrito dos sindicatos de petroleiros
Leia MaisZanin garante que municípios com até 156 mil habitantes paguem alíquota previdenciária de 20% .
Leia MaisProcuradoria defende que STF rejeite recurso do ex-presidente contra inelegibilidade
Leia MaisGoverno se comprometeu a pagar 11 bilhões em emendas até abril. Não foi o que ocorreu
Leia MaisEleição no Superior Tribunal de Justiça serviu para criticar trabalho virtual de ministros
Leia MaisMoraes manda arquivar investigação sobre os dias que Bolsonaro passou na representação da Hungria
Leia MaisDeputados aprovam convite para diretores após caso revelado pelo Bastidor sobre royalties
Leia MaisA articulação política do governo trabalha para que a sessão seja adiada para o mês que vem
Leia MaisA sobrevida no comando da Petrobras não significa que a pressão sobre Prates tenha diminuído
Leia MaisPGR pediu à PF que investigue mais a falsificação da carteira de vacinação de Bolsonaro
Leia MaisDuas vereadoras do PL são apontados como favoritas a formar a chapa com Ricardo Nunes em São Paulo
Leia MaisDenúncia contra Zambelli por divulgação de falsa prisão de Moraes coloca Judiciário como vítima
Leia MaisEleição de Salomão a vice-presidente provoca mudança no sistema de eleições do STJ
Leia MaisChances de indicação de um bolsonarista raiz para a vaga de vice caíram consideravelmente
Leia MaisTST colocou o presidente Lula em uma intrincada escolha para o novo ministro
Leia Mais