A tentativa de Wallach
O administrador judicial da massa falida da usina Laginha, Armando Wallach, tentou emplacar uma empresa da qual é sócio no processo que definirá o Agente Especializado e o Stalking Horse para a venda dos ativos do grupo que pertencia ao ex-deputado João Lyra.
O Bastidor teve acesso com exclusividade a um manual produzido pela empresa, a Connexa Agente Especializado, que trata do processo competitivo para alienação dos ativos. A reportagem também obteve um e-mail, enviado pelo próprio Wallach, a possíveis interessados em participar da seleção.
A empresa que tem o administrador judicial como sócio, de acordo com o documento, ficaria responsável pela primeira etapa do processo, quando seriam escolhidos o Agente Especializado e o Stalking Horse. Consta que não haveria remuneração.
O texto, contudo, não descartava a possibilidade da Connexa ser escolhida como Agente Especializado. Em um processo de falência, a função é destinada justamente para organizar um processo competitivo para a alienação dos ativos. No caso da Laginha, segundo o manual da Connexa, estão avaliados em mais de 1,1 bilhão de reais.
Wallach, mesmo que indiretamente, poderia ter duas remunerações. A primeira como administrador judicial. Nesse posto, ele representa outra empresa em que é sócio: a Vivante. E a segunda como Agente Especializado, a partir da Connexa.

Seria, na opinião de um especialista em ativos estressados consultado pelo Bastidor, no mínimo “inusitado”. Não é comum o administrador judicial ser o responsável por negociar os bens e receber uma remuneração paga pelo comprador.
No e-mail enviado a alguns interessados, Wallach trata do plano de realização de ativos. Parecia buscar a aprovação informal de alguns interessados. O documento produzido pela Connexa não entrou no processo.
Procurado pela primeira vez no dia 20 de setembro, o administrador judicial limitou-se a dizer que a Connexa não participaria do processo. Não esclareceu a produção do documento. A reportagem contatou novamente o advogado na terça-feira (16) e questionou sobre o e-mail enviado a interessados. Não teve mais retorno.
No mês passado, os juízes responsáveis pelo caso convocaram uma assembleia geral com credores da usina para 30 de outubro para discutir, entre outros assuntos, a alienação dos ativos feita pelo administrador judicial.
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