Cafezinho estratégico
O general Gustavo Dutra, ex-chefe do Comando Militar do Planalto durante o 8 de Janeiro, disse à Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal nesta sexta-feira (30), que a reunião com Anderson Torres em 6 de janeiro de 2023 foi apenas um “cafezinho”. Segundo ele, o encontro serviu para conhecer o novo secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e tratar da presença de pessoas em situação de rua no acampamento em frente ao QG do Exército em Brasília.
“Participei de um cafezinho de cortesia com Anderson Torres, dia 6, às 10h. Um café para nos apresentarmos [pois] o secretário acabava de assumir a função. Mostrei para o Anderson Torres que o acampamento estava bem esvaziado e que havia pessoas em situação de rua”, disse Dutra.
Dutra depôs como testemunha de defesa de Torres, ex-ministro da Justiça no governo Bolsonaro, que era secretário de Segurança do DF em 8 de janeiro, quando milhares de vândalos depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal. Torres é suspeito de não ter tomado medidas para evitar a invasão e de ter viajado de férias para não estar em Brasília no dia.
A versão de Dutra contrasta com o depoimento da secretária de Desenvolvimento Social do Distrito Federal, Ana Paula Marra, que participou da mesma reunião. Pela manhã, ela relatou que Dutra e Torres discutiram a prisão de líderes dos acampamentos. Segundo ela, a Secretaria foi acionada para ajudar na desmobilização social como etapa anterior à ação policial. Um plano que, nas palavras dela, nunca saiu do papel.
A contradição entre os relatos passou em branco. Nem o ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal, nem o procurador-geral da República, Paulo Gonet, fizeram qualquer questionamento ao general.
O depoimento de Dutra atrapalha a estratégia da defesa de Torres, que alega que ele somente viajou para os Estados Unidos porque foi munido de informações que os acampamentos estavam diminuindo. O general acabou demitido após a quebradeira do 8 de janeiro pelo presidente Lula.
Dutra faltou à primeira convocação, mas a defesa de Anderson pediu sua intimação.
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