A presença de Maria Beatriz
O advogado Igor Telino, substituído na semana passada como administrador judicial da Usina Laginha, afirmou ao Bastidor ter se surpreendido com seu afastamento. À reportagem, ele narrou um fato que lhe causou estranheza pouco antes de sua saída do processo - um fato que, segundo ele, ganhou contornos mais preocupantes após as reportagens recentes do Bastidor sobre o assunto.
Telino afirma que a nova comissão de juízes da massa falida da Laginha o convocou para a primeira reunião entre eles assim que assumiram, em 13 de junho. No dia seguinte, na hora do almoço, o advogado e o seu sócio chegaram ao local da reunião, na Escola de Magistratura de Alagoas em Maceió. Depararam com dois homens e uma mulher no lado de fora da sala combinada. Tanto Telino quanto seu sócio acreditaram que se tratavam dos juízes da comissão.
Na verdade, Telino diz ter descoberto, já na sala, que a mulher se tratava da esposa do juiz Helestron Costa, novo integrante da comissão da Laginha.
“Essa não é uma situação comum. O fato chamou ainda mais a minha atenção depois que notícias deram conta de que a mulher de Helestron e sua sócia mantêm ligações com o atual administrador judicial”, afirma Telino.
Ele se refere à reportagem do Bastidor que mostra a proximidade do advogado Armando Wallach, escolhido como novo administrador judicial do processo da Laginha, com a advogada Maria Beatriz Albuquerque, dona do escritório Perez Albuquerque Advocacia e Consultoria, e sua sócia, Manuella Perez Villar.
Maria Beatriz é casada com Helestron e Manuella com o empresário Deco Villar, dono da Vector, que oferece serviços de crédito e fomento para pequenas, médias e grandes empresas, segundo consta em seu site.
No Instagram de Deco Villar, Wallach classifica o amigo como “mestre do fomento” em uma foto do empresário com o professor Domenico Di Bisceglie em um curso de gestão comercial em operações com recebíveis.
Além da relação próxima na vida pessoal – todos se seguem nas redes sociais -, há os contatos profissionais. O Bastidor localizou ao menos um caso em que Wallach defende na Justiça os interesses de Deco Villar, em um processo de 2015.
Complementa o advogado: “A reunião ocorreu com as presenças de Helestron e de outro juiz do caso, Thiago Augusto de Morais. A mulher de Helestron não estava na sala no momento da reunião, mas deixou lá seu computador, que estava aberto, e sua bolsa.”
Telino afirma que, ao chegar à sala, os pertences da advogada já estavam lá. E que lá ficaram após o fim dela, que durou cerca de 40 minutos. Na reunião, os juízes queriam informações sobre o andamento da massa falida. Pareciam, no entender do advogado, desconhecer o caso, embora o tenham destituído poucos dias depois.
Questionado sobre sua saída do caso, Telino afirma que foi surpreendido porque ao longo de três anos, assegura, contribuiu decisivamente para organizar a falência da usina, uma das maiores do Brasil em número de créditos.
“Nesse intervalo de tempo foi possível tornar o CNPJ da Massa Falida apto novamente, reverter as invasões das usinas Laginha e Guaxuma, retomar e avançar com os pagamentos a credores, defender os interesses da Massa Falida em processos que corriam à revelia envolvendo Fazendas Públicas e reduzir penhoras nos rostos de aproximadamente R$ 1 bilhão para R$ 400 milhões e arrecadar mais de R$ 800 milhões em ativos”.
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