Galípolo confirmado

Samuel Nunes
Publicada em 08/10/2024 às 14:54
Indicação de Gabriel Galípolo foi aprovada pelo Senado por 66 votos a 5 Foto: Mateus Bonomi/AGIF/Folhapress

Aprovado pelo Senado nesta terça-feira (8), o economista Gabriel Galípolo será o próximo presidente Banco Central a partir de janeiro. Ele foi sabatinado e aprovado por unanimidade na Comissão de Assuntos Econômicos e em seguida pelo plenário, com 66 votos a favor e apenas 5 contra.

Galípolo é diretor de Política Monetária do BC desde o ano passado. Indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ele tem boa relação com a maioria dos senadores, o que facilitou a aprovação por unanimidade na CAE, mesmo com o colegiado tendo membros da oposição.

A sabatina de Galípolo durou cerca de 5 horas. Ele foi constantemente cobrado pelas declarações de Lula, que indicam tentativa de interferência na autonomia do Banco Central. O presidente é desafeto do atual chefe do BC, Roberto Campos Neto, indicado por Jair Bolsonaro no início do mandato e que se manteve no cargo depois da aprovação da lei que garantiu autonomia à instituição.

O futuro presidente do BC afirmou que Lula sempre lhe garantiu autonomia para trabalhar, caso seja aprovado pelos senadores. "Toda vez que me foi concedida a oportunidade de encontrar o presidente Lula eu escutei de forma enfática e clara a garantia da liberdade na tomada de decisões e que o desempenho da função deve ser orientado exclusivamente pelo compromisso com o povo brasileiro", afirmou.

Galípolo também foi enfático ao defender a decisão do BC de aumentar os juros, na última reunião do Comitê de Política Econômica (Copom), que elevou a taxa básica de 10,5% para 10,75% ao ano. Disse que cabe ao Banco Central ser mais cauteloso na busca pelo controle inflacionário e pela manutenção da meta e que, em sua gestão, a Selic ficará alta durante o período que for necessário para levar a inflação à meta.

Uma das principais críticas do presidente Lula é aos juros considerados altos, mesmo diante de bons números na economia, como desemprego em queda e aumento da renda média.

Outro ponto levantado com frequência durante a sabatina foi a questão das casas de apostas online, as chamadas bets. Galípolo lembrou que não é função do BC atuar na regulamentação da atividade, mas ressaltou que cabe ao banco acompanhar o fluxo de entrada e saída de dinheiro das empresas ligadas a esse ramo. Segundo ele, é preciso também que a instituição fique atenta ao impacto provocado pelo jogo na inflação.

Em setembro, um estudo produzido pelo BC indicou que cerca de 3 bilhões de reais pagos a beneficiários do Bolsa Família foram usados para apostas online.

Como a aprovação já era esperada pelo mercado, a sabatina teve pouca influência nas variações do mercado financeiro nesta terça-feira. Também não houve grandes manifestações contrárias. O presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, saudou o futuro presidente e desejou sucesso. "Reiteramos que vemos com muito promissor o futuro mandato à frente da autoridade monetária, desejando sucesso a Gabriel Galípolo como novo presidente daquela instituição", disse em nota.


Nota atualizada às 17h45 com a aprovação de Galípolo pelo plenário do Senado

Nota atualizada às 18h50 com o posicionamento da Febraban

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