BRF: novos detalhes trazem mais suspeitas sobre o caso
Um mês antes da Marfrig comprar parte da BRF, o empresário Nelson Tanure liderou uma operação com investidores brasileiros e americanos para tentar adquirir 10% da empresa em abril. Os detalhes da negociação levantam mais suspeitas de que o chairman da BRF, Pedro Parente, tinha conhecimento e teria participado da venda das ações da companhia.
Em fevereiro deste ano, Tanure iniciou um minucioso estudo da BRF com outros empresários e um fundo de investimento dos Estados Unidos. Decidiram investir na empresa, desde que fosse possível reestruturar a companhia e mudar a gestão dela. Por meio de um consultor, apresentaram a proposta em abril para o CEO da BRF, Lourival Luz. Ele concordou com a avaliação dos potenciais investidores. Na conversa, Luz disse que de fato a empresa precisava de mudanças e se dispôs a ajudar no novo projeto.
Em seguida, Tanure se reuniu com os principais fundos de investimentos privados com participação na BRF para expor o plano. Um deles foi a Kapitalo, que detém 5% da empresa. A ideia seria a imediata compra de 5% e, com isso, já convocar uma assembleia. Ao fim da operação, o fundo compraria 10% da companhia.
Faltava, porém, falar com Pedro Parente.
Uma semana antes da Marfrig comprar 24,23% da BRF, os investidores tentaram marcar uma agenda com o chairman. Ele não retornou o contato. O grupo, liderado por Tanure, pediu ajuda a um amigo pessoal de Pedro Parente, que já trabalhou com ele em várias empresas. Nada feito. Na avaliação do amigo do chairman e dos empresários que tentavam na ocasião comprar parte da BRF, Parente já devia saber o motivo da conversa e, por isso, não os recebeu.
Três dias depois, o empresário Marcos Molina, dono da Marfrig, deu início à operação de compra da BRF. Começou com os ETFs nos Estados Unidos. O mercado suspeitou e a imprensa começou a publicar notícias sobre uma possível fusão. Nos dias seguintes, a BRF teve que emitir um comunicado ao mercado informando que não tinha conhecimento de nada.
Mas, para Molina ter o comando da empresa, ele teria que comprar ações de um dos principais acionistas. O fundo de pensão da Petrobrás, Petros, que detém 9,9%, não tinha interesse em vender suas ações. Nem o fundo Kapitalo. Vender na baixa seria prejuízo na certa.
Mais uma vez entra a suspeita da participação de Pedro Parente na operação. O chairman é amigo do então presidente do fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, a Previ, José Maurício Coelho, que teria autorizado a venda de um terço das ações da Previ a Molina. A Previ tinha feito um investimento na aquisição de ações da BRF nos anos 90 e reduziu sua posição de 9,16% para 6,04%. Três dias depois, Coelho renunciou ao cargo.
A Comissão de Valores Mobiliários e o Tribunal de Contas da União vão analisar a operação que levou a Marfrig a assumir o posto de principal acionista na BRF.
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