Submerge, Valdemar
Valdemar Costa Neto dobrou a aposta no bolsonarismo ao criticar a operação da Polícia Federal no gabinete de Carla Zambelli (PL-SP) nesta quarta (2). Sua postura preocupa aliados, que acham que ele pode estar perdendo o tato político.
Lembram que, indo na onda de Jair Bolsonaro e cia., o partido teve de pagar uma multa de 22,9 milhões de reais por atuação irregular na justiça.
Outra preocupação é modo de Valdemar atuar. Ele sempre operou nos bastidores, em especial desde que saiu da prisão, em 2014. É onde sempre se deu melhor. Agora, não apenas aposta na ala mais radicalizada do bolsonarismo, como tem atuado publicamente como defensor do grupo.
Nesta quarta (2), Valdemar chamou de “barbaridade” a operação no gabinete de Carla Zambelli (PL-SP), reclamou do “desrespeito” à imunidade parlamentar e disse que “(o avanço do judiciário sobre a política) não deve acabar bem”.
A preocupação com a exposição de Valdemar é explicada por dois motivos:
1. há o temor de que a legenda enfrente ainda mais pendengas judiciais, com dinheiro bloqueado de dinheiro e multas;
2. pior: Valdemar esteve muito proximamente envolvido nas conversas de Zambelli e Jair Bolsonaro com o Walter Delgatti, conhecido como o hacker da Lava Jato.
Delgatti também é investigado por invadir celulares e contas de e-mails de jornalistas, políticos e ministros, como Alexandre de Moraes.
O Bastidor informou em agosto do ano passado que o dono do PL atuou fortemente para dissuadir Jair Bolsonaro a usar o hacker na campanha. Achava que, em algum momento, seria o então presidente a se tornar vítima de Delgatti. Ele chegou a desaconselhar Bolsonaro a receber o hacker no Palácio do Alvorada. Não funcionou.
Na ocasião, o Bastidor informou que Bolsonaro pedira informações conseguidas na suposta invasão de contas de Moraes.
Ele queria “podres” do ministro para, entre outras coisas, negociar o fim das investigações sobre seus filhos no inquérito das fake news. Já na época, apurou-se que Zambelli ficaria responsável pelo eventual pagamento por serviços prestados por Delgatti.
A Polícia Federal apura, agora, o pagamento 13,5 mil reais ao hacker por assessores da deputada.
No caso de Zambelli, aliados de Valdemar o aconselham a adotar a postura de Jair Bolsonaro: deixar que a deputada se vire, seja nas investigações tocadas pela PF, seja num eventual processo de perda de mandato.
Acham que, se ele insistir, poderá prejudicar não só o partido, como a si mesmo. Ao se livrar do mensalão, a opção pela coxia política, dizem seus interlocutores, passou a ser questão de sobrevivência para Valdemar. Aparentemente, diz um deputado aliado de longa data, ele perdeu o medo.
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