Bolsonaro encontrou hacker em busca de "podres" de Moraes
O presidente Jair Bolsonaro recebeu o hacker Walter Delgatti no Palácio da Alvorada, na semana passada, para saber se havia informações roubadas que pudessem incriminar Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal.
Duas fontes confirmaram ao Bastidor o interesse de Bolsonaro sobre que "podres" Delgatti poderia ter do ministro do Supremo e, agora, presidente do Tribunal Superior Eleitoral.
Delgatti é responsável pelo que ficou conhecido como “Vaza Jato”, a invasão das mensagens de Telegram do então procurador Deltan Dallagnol. Em 2019, seu grupo foi preso pela Polícia Federal na Operação Spoofing. Naquela época houve uma tentativa de invasão do celular de Moraes.
O ministro Alexandre de Moraes é o relator do inquérito das fake news, a maior fonte de medo e preocupação para Bolsonaro. Ele e seus filhos Eduardo e Carlos são investigados neste inquérito. Bolsonaro teme sua própria prisão e a de Carlos, mais vulnerável por não ter mandato federal.
O medo fez Bolsonaro se arriscar a receber um réu confesso de crimes na residência oficial. Um auxiliar presidencial admitiu ao Bastidor: “Não faz sentido o presidente da República se envolver diretamente com um criminoso; sempre há alguém para fazer o serviço sujo.” Para essa fonte, fosse assunto da campanha, bastaria a conversa com Valdemar Costa Neto, presidente do PL, e com o marqueteiro da campanha, Duda Lima. “O assunto era pessoal.”
Há meses, Bolsonaro ataca Moraes e tenta o arquivamento do inquérito. O Bastidor informou que, numa ação atabalhoada, Bolsonaro tentou um acordo, ainda que de forma indireta, com Alexandre de Moraes, em que prometia parar de atacar as urnas eletrônicas e a justiça eleitoral em troca do fim da investigação. Nada feito.
A visita do hacker, portanto, nada teve a ver com uma prestação de serviços para testar urnas eletrônicas - outra fixação de Bolsonaro -, como se vazou inicialmente. Sobre o tema, a conversa ficou com Valdemar Costa Neto, presidente do PL.
A responsável por levar Delgatti a Brasília para falar com Bolsonaro foi a deputada Carla Zambelli, do PL. Réu na Justiça Federal por invadir celulares de centenas de autoridades, artistas e jornalistas, Delgatti não poderia deixar o Paraná sem autorização da justiça.
De acordo com as fontes do Palácio do Planalto, o presidente não ofereceu nada ao hacker. Caberia a Zambelli fazer a negociação caso houvesse algum acordo. Não há informações de que se avançou na conversa.
Antes de ir embora do Alvorada, Bolsonaro perguntou a Delgatti se havia algum "podre" seu também. Ouviu que não.
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