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Paralela na PF

Caio Crisóstomo
Publicada em 22/06/2025 às 11:00
PF suspeita de dois inquéritos abertos em período eleitoral para influenciar nas eleições de 2022 Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A conclusão da investigação da ‘Abin paralela’ abre caminho para uma nova de linha de investigação na Polícia Federal. Ela deve mirar um grupo de três delegados federais suspeitos de usar a estrutura da Diretoria de Inteligência Policial (DIP), uma importante unidade da PF, para tentar influenciar nas eleições de 2022. 

Internamente, o grupo é chamado de 'PF paralela', em referência a investigação da ‘Abin paralela’. Eles foram responsáveis por movimentar inquéritos de interesses do governo Bolsonaro no período eleitoral.

Até dezembro de 2022, a DIP era comandada pelo delegado Alessandro Moretti, indiciado pela PF no inquérito da Abin. Em sua equipe, ele contava com o auxílio dos delegados Kel Lúcio e Ricardo Ruiz, coordenador-geral de inteligência e chefe da divisão de contrainteligência, respectivamente, postos de alta hierarquia na diretoria. 

Sob o comando de Moretti na DIP, foram abertos dois inquéritos que, segundo fontes a par da investigação, sustentam as suspeitas de tentativa de influência nas eleições de 2022: um para apurar a delação do ex-general venezuelano Hugo Carvajal, que acusava o PT de relação com tráfico de drogas; e outro para investigar a relação de advogados de Adélio com o PCC.

O inquérito sobre o Carvajal foi aberto em setembro de 2022 por Kel Lúcio, então coordenador de inteligência da PF. O inquérito virou alvo de investigação por abuso de autoridade em 2024 após ser identificado que o delegado iniciou a apuração sem autorização da corregedoria da PF ou acompanhamento do Ministério Público.

Segundo um trecho de um relatório preliminar da investigação, ao qual o Bastidor teve acesso, o documento usado por Kel para instaurar o inquérito é um dossiê entregue ao então ministro da Justiça, Anderson Torres, pela influenciadora Elisa Robson.

Além do inquérito, o caso do Carvajal também foi explorado em espionagens realizadas pela ‘Abin paralela’. O relatório final da PF afirma que um grupo de trabalho foi criado por Alexandre Ramagem, então diretor da Abin, com o intuito de “produzir material que vinculasse opositores políticos, notadamente o ex-presidente Lula, ao narcotráfico, visando interferir no cenário eleitoral de 2022”.

Um outro inquérito aberto na DIP e suspeito de ter sido usado para influenciar as eleições é sobre a relação dos advogados de Adélio Bispo, autor da facada em Bolsonaro em 2018, com o PCC (Primeiro Comando da Capital). As suspeitas também são expostas no relatório final da PF sobre a ‘Abin paralela’. 

Antes de Moretti deixar a DIP em dezembro de 2022, Martin Bottaro Purper, delegado especialista em PCC e responsável pelo caso, informou ao diretor que desde maio de 2022 tentava conseguir com a Justiça de Juiz de Fora, em Minas, uma autorização para deflagrar uma operação, mas sem sucesso.

Em depoimento à PF, divulgado no relatório da PF no caso da Abin, Bottaro afirmou que Ricardo Ruiz, então chefe de contrainteligência, ainda solicitou que ele fizesse uma “revisitação” nos autos do caso Adélio e que também tentou combinar uma viagem para Juiz de Fora para despachar diretamente com juiz e agilizar a deflagração da operação.

Em novembro, após Bolsonaro perder as eleições, o juiz então autorizou a operação contra o advogado de Adélio, Fernando Magalhães.

Conforme Bottaro, Moretti definiu a data para 13 de dezembro de 2022 para realizar a ação, que seria batizada de “operação Fênix”. Entretanto, a ação policial não foi deflagrada na data por motivos não esclarecidos no depoimento.

A operação da PF só foi deflagrada em março de 2023, já sob o governo Lula (PT), que a escondeu, segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo.

O Bastidor entrou em contato com os delegados Kel Lúcio, Ricardo Luiz e Alessandro Moretti que não quiseram se manifestar.

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