Saidinha para os dois lados

Leandro Loyola
Publicada em 21/03/2024 às 19:30
Uma das missões do ministro Ricardo Lewandowski é fazer o governo atuar na segurança pública Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

A aprovação do PL das Saidinhas faz parte de uma disputa entre a oposição ao governo Lula na segurança pública, já de olho em 2026. Bolsonaristas querem emplacar proposições na área que dominam e que lhes rende votos, enquanto o governo procura mostrar serviço num setor que nunca foi do PT.

Foi por isso que, um dia após o PL ser aprovado, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, ao anunciar a homologação da delação premiada do miliciano Ronnie Lessa, fundamental para a solução do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

O PL das Saidinhas restringe o direito de presos à saída temporária em feriados. É um projeto popular, um gol da oposição. Qualquer brasileiro já ouviu comentários contra as saidinhas nas vésperas e pós-feriados, quando parte dos detentos não volta aos presídios ou quando algum comete um homicídio.  

O projeto ficou parado no Senado por mais de um ano. Após acordo, com modificações que incluíram o benefício para presos que estudarem, a bancada governista até votou a favor da matéria. Agora, caberá ao presidente Lula vetar ou sancionar a lei em 15 dias.

A oposição se mobilizou. Preferido de Jair Bolsonaro como sucessor, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, liberou o secretário de Segurança, Guilherme Derrite, por alguns dias de responder a críticas à operação da polícia no litoral, que já matou mais de 50 dias, para relatar o projeto. Pegar carona no projeto ajuda Tarcísio a ganhar bolsonaristas raiz. Além disso, segurança pública é da alçada de governadores, então Tarcísio está em seu terreno.

O governo Lula é pressionado até pelo PT a entrar na área da segurança pública para tentar ganhar votos num terreno onde o bolsonarismo reina. O evento de Lewandowski foi uma tentativa de prestar contas no caso Marielle, mas também dar um sinal de que o governo pretende combater o crime organizado – no caso, as milícias.

Está longe de ser a mesma coisa, mas a intenção do governo é deixar a imagem de que a Polícia Federal resolve os casos que a polícia dos estados não consegue resolver.

Votar a favor do PL das saidinhas foi uma forma de a bancada governista evitar dar pretextos para a oposição, em especial a bolsonarista, acusar o governo de ser leniente ou até de defender criminosos.

Lula tem a opção de vetar partes do texto. O governo terá duas semanas para pensar o que fazer. Poderá pegar carona na iniciativa, que foi do senador Flávio Bolsonaro, e sair da história como participante de uma lei que endurece contra criminosos. O efeito colateral será ser criticado por partes da esquerda, mas esta turma já vota em Lula de toda forma.

Aliados de Bolsonaro em São Paulo não querem Raquel Gallinati como vice de Ricardo Nunes.

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