O tiro no pé da Secom

A Secretaria de Comunicação (Secom) do governo de Luiz Inácio Lula da Silva usou as redes sociais do governo federal para mandar indiretas ao ex-presidente Jair Bolsonaro e à família, alvos de uma operação da Polícia Federal nesta segunda-feira (29).

Até a publicação desta reportagem, a Secom já havia feito três publicações no X, que evocam a imagem de Bolsonaro. A primeira foi postada às 12h e mostra um rapaz e uma senhora alegres, seguida da legenda "Grande dia. Salário mínimo de R$ 1.412 começa a ser pago esta semana. Maior aumento real desde 2012".

A segunda, foi publicada às 12h02, traz uma imagem de uma mão batendo à porta de uma pessoa, e a legenda "toc, toc, toc". A foto é seguida de um texto, que faz referência à campanha para o combate à dengue e pede à população abrir as portas aos agentes de vigilância sanitária.

Em ambos os casos, as mensagens foram interpretadas por internautas como piadas contra Bolsonaro. Na primeira postagem, o termo "grande dia" ficou eternizado pelo ex-presidente, quando ele comemorou a viagem do ex-deputado Jean Wyllys, que se exilou em Portugal.

A Secom fez ainda mais uma postagem. Às 14h38, foi a vez de uma republicação de uma ação da Polícia Rodoviária Federal, que prendeu um miliciano no Rio de Janeiro. A ação legítima dos policiais acabou usada pela Secom como arma política, devido às versões em redes sociais de ligação da família Bolsonaro com milícias.

Não é a primeira vez que, em vez de exaltar as conquistas de Lula, a Secom usa as redes sociais oficiais para cutucar Bolsonaro. Em março de 2023, quando surgiram as denúncias de que Bolsonaro ficou com presentes oficiais oferecidos por governo árabes, a secretaria publicou outra indireta. “Fez uma viagem internacional e trouxe umas coisinhas? Siga as regras e não tenha problemas com a @ReceitaFederal”, escreveu a pasta nas redes sociais.

No fim de semana, a pasta foi alvo de piadas de Bolsonaro, que alcançou mais de 400 mil pessoas assistindo sua live ao mesmo tempo. O ex-presidente caçoou do fato de o número ser maior do que o registrado em todas as lives semanais de Lula produzidas pela Secom - e abandonadas na semana passada por falta de engajamento.

Veja abaixo as postagens da Secom: