O mensageiro apanha
A Controladoria-Geral da União (CGU) criticou a ONG Transparência Internacional pela divulgação anual de seu Índice de Percepção da Corrupção (IPC), nesta terça-feira (11). O Brasil aparece em 107º lugar, em uma lista de 180 países. É o pior resultado desde que a entidade começou a fazer a pesquisa, em 2012.
O método usado pela Transparência Internacional já foi criticado por outras organizações e é pouco levado em conta. O levantamento é feito com base em dados públicos, cruzados com com a medição da eficácia de medidas para combater esses problemas. São ouvidos representantes no país, o que determina o índice de percepção.
A CGU reclamou. Em nota, disse que houve avanços no combate às más práticas no serviço público e que o problema está na metodologia de medir a "percepção" da corrupção, e não a ocorrência dos atos em si. Segundo a pasta, a Transparência Internacional compara dados públicos com opiniões de setores de grupos específicos, como empresários. Isso não representaria a totalidade da opinião dos brasileiros sobre o tema.
"O uso do IPC para embasar debates públicos pode levar a distorções, alimentando narrativas que minam a confiança nas instituições democráticas", diz a CGU.
O motivo da reação da CGU é que a pesquisa deste ano faz críticas ao presidente Lula por não assumir publicamente um discurso anticorrupção. Na pesquisa anterior, o foco ainda estava nos problemas deixados por Jair Bolsonaro.
Em relação ao Congresso, a ONG aponta problemas em relação a emendas parlamentares, em especial no descumprimento de decisões sobre o no desrespeito ao insubordinação referente às decisões que tentaram barrar o chamado orçamento secreto. Também houve reclamações quanto à chamada PEC da Anistia, que liberou partidos políticos de pagarem multas impostas pela Justiça Eleitoral.
Já no Judiciário, o possível perdão às dívidas bilionárias de empresas que assinaram acordos de leniência, por terem se envolvido em escândalos de corrupção, e a anulação de processos contra investigados que assumiram terem participado desses atos, foram as principais críticas.
Por outro lado, houve avanços nos três poderes. A Transparência Internacional elogiou o lançamento do Plano de Integridade contra a Corrupção, lançado pelo governo Lula em dezembro de 2024 e a publicação de dados sobre renúncias fiscais. No Congresso, a aprovação do projeto de lei que autoriza a realização de pedidos de acesso à informação anônimos foi um dos poucos pontos positivos apontados.
Para o Judiciário, os elogios ficaram nas decisões que buscam mais transparência na liberação de verbas por meio de emendas parlamentares. Também foram elogiadas as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que tentam reduzir o assédio judicial contra jornalistas.
Leia a íntegra do relatório sobre o Brasil
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