Pela moderação

Karen Couto
Publicada em 11/06/2025 às 19:50
Em seu voto, Gilmar Mendes disse que o artigo 19 do Marco Civil da Internet não é mais suficiente Foto: Ton Molina/STF

O Supremo Tribunal Federal formou maioria nesta quarta-feira (11) para responsabilizar as plataformas de redes sociais por conteúdos publicados por seus usuários. Seis ministros já votaram a favor da derrubada da exigência de ordem judicial para a remoção de postagens.

O julgamento foi suspenso e será retomado amanhã. Mas não deve terminar esta semana, já que a ministra Cármen Lúcia cumpre agenda em Estocolmo, na Suécia, e Nunes Marques pediu mais tempo para refletir sobre os votos já proferidos.

Hoje, prevalece a ideia de que as plataformas não são responsáveis pelo que seus usurários publicam. Só podem ser responsabilizadas se não cumprirem decisão judicial para remover conteúdos ou bloquear perfis. O entendimento que prevalece no Supremo é que as plataformas são responsáveis pelo que seus usuários publicam. Assim, devem remover conteúdos antes mesmo de ordens judiciais.

A Corte ainda vai definir os termos exatos dessa responsabilização em um consenso que será construído entre os ministros. A decisão afeta especialmente a Meta (dona de WhatsApp, Instagram e Facebook) e o X, duas big techs defendidas pelo governo Trump.

O voto que consolidou a maioria foi o do ministro Gilmar Mendes. Para ele, o Marco Civil da Internet, do jeito que está, cobre as plataformas com um “véu da irresponsabilidade”. "O artigo 19 do Marco Civil da Internet não é mais suficiente", disse. Gilmar propôs substituir a regra do artigo 19 pela do artigo 21, que prevê responsabilização se houver notificação extrajudicial ignorada.

Mais cedo, Flávio Dino também votou a favor da mudança. Disse que liberdade sem responsabilidade é tirania, e que nenhuma empresa, em nenhum setor, é capaz de se autorregular sem supervisão.

Cristiano Zanin acompanhou o mesmo entendimento. Defendeu que plataformas que atuam de forma ativa na disseminação de conteúdo e não removem postagens manifestamente criminosas após serem notificadas devem ser responsabilizadas. Mencionou casos de perfis falsos e invasões de contas como situações em que há dever de agir.

O ministro Luís Roberto Barroso, autor de um voto considerado intermediário, defendeu a responsabilização das plataformas nos casos em que houver omissão diante de conteúdos claramente ilegais. Disse que o artigo 19 não oferece proteção suficiente aos direitos fundamentais. E sugeriu que o Congresso crie um regime jurídico específico sobre o tema, com sanções e um órgão regulador.

Os ministros Toffoli e Fux, relatores das duas ações em julgamento, também votaram pela inconstitucionalidade do artigo 19. Ambos afirmaram que as plataformas devem remover conteúdos ofensivos ou ilícitos a partir do momento em que forem notificadas pela vítima ou por seu advogado, sem necessidade de esperar por uma decisão da Justiça.

Por hora, o único a defender o atual modelo foi o ministro André Mendonça. Disse que a regra do Marco Civil é constitucional e que as plataformas têm legitimidade para preservar a liberdade de expressão com base em regras próprias de moderação. Segundo ele, só devem remover perfis quando forem comprovadamente falsos, e que as empresas tem capacidade de promover a chamada "autorregulação regulada".

Forçou o contato

11/06/2025 às 20:58

Atacante Bruno Henrique, do Flamengo, é denunciado por participar de esquema de fraude em apostas

Leia Mais

Ministro do STF anula condenação de ex-presidente da Petrobras por compra da refinaria de Pasadena

Leia Mais

Alexandre de Moraes pede ao Ministério da Justiça a extradição de deputada foragida na Itália

Leia Mais

Busca lenta

11/06/2025 às 16:27

Conselheiro pede vista e Cade suspende análise de processo de entidades jornalísticas contra Google

Leia Mais

Oposição trava votação do novo Código Eleitoral na CCJ do Senado e adia discussão para julho

Leia Mais

Dino vota por responsabilização das plataformas sem ordem judicial em casos de conteúdo ilegal

Leia Mais

Aposentada de novo

11/06/2025 às 11:49

CNJ pune desembargadora Sandra Inês, do TJBA, pela 2ª vez - agora, por manter “gabinete paralelo”

Leia Mais

Guerra pelo Safras

11/06/2025 às 06:00

Credores menores contrariam grandes grupos econômicos em processo de recuperação judicial

Leia Mais

General Paulo Sérgio diz ao STF que discutia apenas uma "Garantia da Lei e da Ordem" com Bolsonaro

Leia Mais

Braga x Cid

10/06/2025 às 19:07

General contradiz colaborador e diz que não levou dinheiro a golpistas em caixa de vinho

Leia Mais

Em depoimento no Supremo, Bolsonaro repete inverdades e recua de ataques a Alexandre de Moraes

Leia Mais

Ex-ministro Augusto Heleno optou por responder apenas às perguntas feitas por seu advogado

Leia Mais

Relatório final da CPI das Bets pede indiciamentos de 16 e mudanças na legislação

Leia Mais

Flávio Dino dá 10 dias para Congresso explicar denúncia sobre gastos direcionados por parlamentares

Leia Mais

Torres diz que minuta do golpe era "minuta do Google" e nega ter discutido texto com Bolsonaro

Leia Mais