Na base da confiança
O governo Lula se comprometeu a pagar emendas de parlamentares ao orçamento até o meio do ano e encerrar um impasse que vinha desde o início do ano. Pelo acerto, será mantido um veto do presidente Lula à Lei de Diretrizes Orçamentárias, que estabelecida um calendário de pagamentos, mas informalmente o governo fará um cronograma até o meio do ano. O acordo foi selado na quinta-feira (22) em reunião do ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) com lideranças da Câmara.
O papel do ministro, no entanto, foi secundário, segundo parlamentares do Centrão. A articulação partiu do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do líder do União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA). Não sem motivo. Ambos buscam o apoio do Palácio do Planalto para a eleição que definirá o novo comando da casa, em fevereiro de 2025. O Bastidor já noticiou que o governo tem preferência por Marcos Pereira (Republicanos-SP).
Foi dado ao governo um prazo – entre o fim de março e início de abril – para que cumpra o que prometeu. Antes do acordo, houve pressão de parlamentares para que o presidente do Senado e do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), marcasse logo uma sessão para a derrubada dos vetos de Lula na LDO. Com a anuência de Lira e a participação de Elmar, o senador e a articulação política da gestão petista ganharam mais tempo.
As cobranças públicas de Lira para a liberação de emendas, especialmente daquelas ligadas à Saúde, e o pagamento pelo governo dos restos a pagar de 2023 que estavam represados também ajudaram na costura do entendimento.
Dados obtidos pelo Bastidor, com base em levantamento da ONG Contas Abertas a partir do Siga Brasil, mostram que foram pagos quase 2 bilhões de reais que deveriam ter sido efetuados até dezembro do ano passado. Em 2023, o Ministério da Saúde contou com mais de 15 bilhões de reais em emendas. Neste ano, a previsão é que pasta tenha mais de 21 bilhões.
O governo justifica a contrariedade em se criar um cronograma para as emendas com o argumento de que pode haver frustração de receitas na arrecadação de tributos, o que inviabilizaria os pagamentos nos prazos que deputados e senadores querem.
Já os parlamentares temem que a articulação política priorize aliados em um cenário de disputas nas eleições municipais. Por isso, foi dado um prazo sob o risco de o Congresso derrubar os vetos até abril. Por ser um ano eleitoral, a maior parte dos recursos devem ser empenhados até junho.
O hacker caiu
Polícia Civil de São Paulo prende autor do roubo bilionário às contas reservas do Banco Central
Leia MaisA ofensiva petista nas redes
Partido coloca no ar campanha com o mote pobres x ricos para expor o Congresso e a direita
Leia MaisGoverno propõe ressarcir aposentados roubados se puder fazer isso com dinheiro de fora do orçamento
Leia MaisEmpresa de telefonia pede nova blindagem contra credores para duas subsidiárias
Leia MaisFalta de respostas claras sobre maior ataque hacker da história mina confiança no sistema bancário
Leia MaisJuízes contestam Fernando Haddad sobre responsabilidade pelo aumento dos gastos com o programa
Leia MaisPesquisa mostra ceticismo de deputados com anistia e reprovação à estratégia de Bolsonaro
Leia MaisAtaque ao sistema financeiro
PF investiga roubo digital sem precedentes por meio de invasão a empresas centrais do setor bancário
Leia MaisTRF1 suspende decisão que determinava a paralisação de exploração de madeira no Amapá
Leia MaisTCDF manda notificar Secretaria da Educação por baixa qualidade da comida nas escolas
Leia MaisAGU anuncia que Lula resolveu recorrer da decisão do Congresso de derrubar aumento de imposto
Leia MaisAneel permitiu que Enel reajuste tarifa em 13,47%, apesar de falhas no fornecimento no ano passado
Leia MaisViagem secreta sob suspeita
PF investiga ida de dois delegados federais da "PF paralela" para São Paulo após a eleição de 2022
Leia MaisDelegados da investigação da Polícia Federal sobre roubo de aposentados são deslocados
Leia MaisPF concede aposentadoria a Alessandro Moretti, delegado indiciado no inquérito da 'Abin paralela'
Leia Mais