Rouanet para campanha

Alisson Matos
Publicada em 02/05/2024 às 08:41
Lula chegou a pedir votos para Boulos no evento Foto: Fotoarena/Folhapress

A empresa Veredas Gestão Cultural, responsável pela organização do evento das centrais sindicais em comemoração ao 1º de maio em São Paulo, não informou em seu projeto de captação de recursos da Lei Rouanet que a celebração se tratava também de um ato político.

Nos documentos apresentados, que constam no site do governo federal em apoio à legislação de incentivo à cultura, a Veredas diz que o evento se trata do Festival de Música Regional Cultura e Direitos e que teria shows de Paulinho da Viola, Diogo Nogueira, Maria Rita e outros artistas.

Além da capital de São Paulo, o festival aconteceria em outras 19 cidades do estado com apresentações de músicos regionais. 

Não há, em nenhum momento, menção às centrais sindicais que historicamente realizam o ato. Neste ano, estiveram envolvidas CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST, CSB e Intersindical Central da Classe Trabalhadora.

Na justificativa do projeto, a Veredas disse que levaria “para os trabalhadores um grande show de samba, uma das manifestações culturais regionais mais populares do país”. Acrescentou ainda que “em alinhamento com a temática da luta pelos direitos que caracteriza as celebrações do 1º de Maio, consideramos que o festival contribuirá para o acesso da população a produtos culturais”.

Das promessas do projeto original, restou pouco. Na véspera do ato, a CUT e seus parceiros já anunciavam atrações que não apareceram nos documentos encaminhados pela Veredas para a captação de recursos. Em São Paulo, as centrais sindicais divulgaram apresentações de Paula Lima, Quesito Melodia, Afonsinho BV, Pagode dos Meninos, Trio da Lua- Na trilha do Xaxado, Taty Dantas, Dexter, Roger Deff, Bateria Show da Gaviões da Fiel, Afro-X, Arnaldo Tiffu, Almirzinho, Arlindinho, Ivo Meirelles e Doce Encontro.

O Bastidor presenciou o esvaziamento do local logo após o discurso de Lula. A comemoração seguiu esvaziada no restante do dia.

Para realizar o evento, a Veredas recebeu autorização para captar 6,3 milhões de reais, mas só levantou 250 mil. O doador do valor integral foi uma faculdade de medicina de Campinas.

A Veredas, que fica no Rio de Janeiro, pertence a dois sócios que têm ligação com o PT. Um deles, Claudio Jorge da Silva Soares, esteve lotado nos gabinetes de Wadih Damous e de Benedita da Silva na Câmara dos Deputados. No Congresso, segundo registros oficiais, ele atuou de 2016 a 2019.

Público pequeno

Quem esteve no estacionamento do estádio do Corinthians em Itaquera, no dia 1º maio de maio, não assistiu a shows de Paulinho da Viola, Diogo Nogueira ou Maria Rita. Sob um sol forte, o público que se prontificou a participar do ato teve que se contentar com discursos de sindicalistas e de políticos.

A atração principal foi o presidente Lula. Ele pediu votos para o pré-candidato a prefeito de São Paulo Guilherme Boulos. O discurso pode se enquadrado em campanha antecipada, o que é vedado pela legislação eleitoral. Membros da oposição já levaram o caso à Justiça.

O evento também teve, como flagrou o Bastidor, apologia ao Hamas com venda de faixas e camisetas em apoio ao grupo terrorista.

O público presente não foi o esperado pelos organizadores. Em seu discurso, Lula chegou a dar uma bronca pública em seu ministro Márcio Macedo (Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República) por ter divulgado mal o evento.

Não houve uma estimativa oficial feita pelos organizadores, mas militantes disseram ao Bastidor que a expectativa era algo em torno de 30 mil pessoas.

Também participaram do evento os ministros Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Alexandre Padilha (Relações Institucionais), Luiz Marinho (Trabalho), Paulo Pimenta (Secom), Cida Gonçalves (Mulheres), Silvio Almeida (Direitos Humanos e Cidadania), Anielle Franco (Igualdade Racil), André Fufuca (Esportes), além do vice-presidente, Geraldo Alckmin. 

Julgamento foi suspenso a pedido de Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal.

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