Deixem Brumadinho aqui
O Ministério Público de Minas Gerais apresentou um recurso ao Supremo Tribunal Federal para tentar manter os processos referentes ao rompimento da barragem de Brumadinho na Justiça do estado. O documento foi entregue no sábado (17), horas depois de a segunda turma entender que as ações deveriam correr na Justiça Federal.
Os promotores de Minas Gerais querem que a questão seja submetida ao plenário. Para eles, a troca de jurisdição prejudica o andamento dos processos contra 16 executivos da Vale, que respondem por 270 homicídios, referentes às vítimas da tragédia.
A decisão surpreendeu promotores e parentes de vítimas. Em outubro, quando o julgamento começou, dois ministros foram contra a mudança: o relator, Edson Fachin e Gilmar Mendes.
Kassio abriu divergência, considerando que a competência para julgar tais crimes cabia à Justiça Federal. Ricardo Lewandowski se declarou suspeito e não votou. André Mendonça pediu vista e suspendeu a análise do processo.
Até aquele momento, a esperança de dar sequência às ações penais era grande. Parentes das vítimas vinham pressionando Mendonça para que liberasse logo o voto. Caso ele empatasse a disputa em 2 a 2, seguindo o entendimento de Nunes Marques, a ministra Cármen Lúcia seria chamada para opinar e desempatar o processo.
Na última sexta-feira, porém, ao retomar o julgamento, houve uma reviravolta. Não só Mendonça votou pela retirada dos processo da Justiça estadual, como Gilmar Mendes alterou seu voto, o que encerrou a disputa com maioria formada na turma.
Como o julgamento ocorreu de forma virtual, Mendes não precisou explicar o motivo de ter alterado o voto.
A mudança de posicionamento de um ministro durante um julgamento não é proibida, tampouco rara. Até que a análise seja encerrada, os magistrados podem alterar o entendimento inicial, sem prejuízo ao andamento processo.
No caso do julgamento sobre Brumadinho, a Associação dos Familiares de Vítimas e Atingidos pelo Rompimento da Barragem Mina Córrego do Feijão (Avabrum) considerou que a mudança de posicionamento dos ministros se trata de injustiça às vítimas.
O Ministério Público de Minas Gerais, na petição em que recorre do entendimento da segunda turma, diz que a frequente mudança de posicionamento dos ministros nesse caso exige uma análise do plenário, de forma presencial.
Para os advogados que representam a Vale no processo, a decisão dos ministros foi acertada, já que trata-se claramente de uma situação de competência da Justiça Federal. Eles alegam que a destruição e as violações descritas na denúncia apontam para prejuízos à União, o que retiraria da justiça estadual a jurisdição para atuar nesse caso.
Leia a íntegra do recurso apresentado pelo Ministério Público de Minas Gerais:
STF define que promotores e procuradores podem realizar investigações criminais independentes.
Leia MaisApesar do ano curto e da complexidade, são grandes as chances de o Congresso regulamentar impostos
Leia MaisProcuradoria defende que STF rejeite recurso do ex-presidente contra inelegibilidade
Leia MaisGoverno se comprometeu a pagar 11 bilhões em emendas até abril. Não foi o que ocorreu
Leia MaisEleição no Superior Tribunal de Justiça serviu para criticar trabalho virtual de ministros
Leia MaisA sobrevida no comando da Petrobras não significa que a pressão sobre Prates tenha diminuído
Leia MaisPGR pediu à PF que investigue mais a falsificação da carteira de vacinação de Bolsonaro
Leia MaisDuas vereadoras do PL são apontados como favoritas a formar a chapa com Ricardo Nunes em São Paulo
Leia MaisDenúncia contra Zambelli por divulgação de falsa prisão de Moraes coloca Judiciário como vítima
Leia MaisEleição de Salomão a vice-presidente provoca mudança no sistema de eleições do STJ
Leia MaisChances de indicação de um bolsonarista raiz para a vaga de vice caíram consideravelmente
Leia MaisTST colocou o presidente Lula em uma intrincada escolha para o novo ministro
Leia MaisManifestação em defesa de Jair Bolsonaro é - e será - comício do PL para eleição municipal
Leia MaisDefesas de empreiteiras contam com prorrogação de prazo para renegociar acordos de leniência
Leia MaisDesembargadores afastados da funções pelo CNJ pedem que STF corrija erros de Luís Felipe Salomão.
Leia Mais