CPI teve dificuldade em investigar hospitais federais no Rio

Nonato Viegas
Publicada em 21/09/2021 às 18:00
Foto: Claudio/FramePhoto/Folhapress

Embora traga uma seção em seu relatório final dedicada aos hospitais federais do Rio de Janeiro, a CPI da Pandemia, com o que se apurou até agora, não trará informações sobre envolvimento de milícias ou corrupção envolvendo indicados do senador Flávio Bolsonaro, como afirmou o ex-governador Wilson Witzel à comissão.

A comissão teve dificuldade de avançar nos temas. De acordo com uma fonte ligada às investigações, as testemunhas ouvidas pelos senadores, mesmo sob sigilo, tinham medo de falar e, embora tenham dito que “ouviram alguma coisa”, faltou até aqui "evidências fáticas" de corrupção envolvendo o filho zero um do presidente Jair Bolsonaro ou de milicianos.

Para a mesma fonte ouvida por Bastidor, seria preciso pedir o trabalho da Polícia Federal. Uma apuração em fevereiro de 2019 foi aberta para verificar as ameaças sofridas pelo então ministro Luiz Henrique Mandetta após ele mexer na gestão dos hospitais federais, mas, de acordo com a CPI, não houve avanço nas investigações – ou se houve, não foram compartilhadas com a comissão.

Em fevereiro de 2019, a Polícia Federal investigou ameaças contra Mandetta depois de ele trocar a diretoria do Hospital-Geral de Bonsucesso. Um colaborador e amigo de Mandetta na Saúde, o médico Júlio Leão, declarou à imprensa na ocasião: “A Polícia Federal está trabalhando nesse processo. As milícias estavam comandando os hospitais federais. Ele [Mandetta] tira de letra essas ameaças”.

Na mesma época, Flávio Bolsonaro criticou publicamente as mudanças realizadas por Mandetta nos hospitais. “Esclareço que não tenho nenhuma participação/responsabilidade na nomeação do Sr. Paulo Cotrim”, escreveu, acrescentando: “Ao contrário, se eu tivesse sido consultado diria para não nomeá-lo.” Logo depois, Cotrim, indicado por Mandetta para gerir o Hospital de Bonsucesso, foi exonerado do cargo.

Em 16 de junho, o ex-governador do Rio de Janeiro Wilson Witzel, em depoimento à CPI da Pandemia, afirmou haver influência de milícia na gestão de contratos nos hospitais federais do Rio de Janeiro e que o filho do presidente tinha influência nas escolhas dos gestores do Ministério da Saúde no estado.

Exclusivo

Nas duas pontas

23/05/2025 às 06:00

Falências da Floralco e da Gam se cruzam e colocam administradora judicial na mira de credores

Leia Mais

Governo congela despesas para ficar no limite da meta fiscal e respeitar o arcabouço fiscal

Leia Mais

Anistia a Dilma

22/05/2025 às 14:28

Comissão reconhece abusos do Estado brasileiro contra a ex-presidente durante a ditadura militar

Leia Mais

Gleisi sem teto

22/05/2025 às 11:08

Parte de restaurante de Curitiba que será palco de homenagem à ministra desaba durante temporal

Leia Mais

Governo publica MP que amplia descontos na contatarifa social e promete mais concorrência no setor d

Leia Mais

Sem novo prazo, CPI das Bets caminha para o fim com vexames e sem avanços num campo obscuro

Leia Mais

Brigadeiro diz que Bolsonaro tentou impedir posse de Lula com apoio das Forças Armadas

Leia Mais

Indiciado pela PF por encomendar áudio falso de Lula é recebido por ministro cotado para sair

Leia Mais

CNJ dificulta criação de novos complementos salariais para juízes e servidores

Leia Mais

CCJ do Senado aprova PEC que acaba com reeleição e estabelece mandatos de 5 anos

Leia Mais

Em meio a acusações de credores, Justiça do MT aceita pedido de recuperação judicial do grupo Safras

Leia Mais

As contas do Rui

20/05/2025 às 18:58

Tribunal de Contas da Bahia contrariou área técnica ao aprovar gestão financeira de 2022 do petista

Leia Mais

Justiça americana aprova plano da Gol para se reestruturar e pagar dívida

Leia Mais

Dois se salvam

20/05/2025 às 18:04

Moraes diz que há elementos suficientes para abrir ação penal contra militares acusados de golpe.

Leia Mais

STF desmonta, de novo, a tese golpista do poder moderador das Forças Armadas

Leia Mais