A volta da PEC do Estupro
A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara aprovou, nesta quarta-feira (27) uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que impede o aborto no Brasil, até mesmo nos casos legalizados atualmente, como em caso de estupro, de fetos anencéfalos ou em que a mãe corre risco de morrer.
O projeto é de 2012 , de autoria dos ex-deputados Eduardo Cunha e João Campos. O texto não fala em aborto, mas altera o artigo 5º da Constituição para estabelecer a inviolabilidade da vida a partir do momento da concepção - uma visão que não é consenso no meio científico. Embora não fique explícito na PEC, o aborto poderá ser equiparado ao crime de homicídio.
Por 35 votos a favor e 15 contra, a CCJ decidiu que o texto pode tramitar na Câmara. A proposta seguirá para uma comissão especial a ser criada pelo presidente da Câmara, Arthur Lira, e que terá 40 sessões para debater o tema. Lira também pode simplesmente deixar a matéria na gaveta.
Depois, se for aprovada na comissão, a PEC irá ao plenário, onde precisará ser aprovada em dois turnos, com ao menos 308 votos. Em seguida irá para o Senado, onde passará pelo mesmo processo.
A sessão na CCJ foi bastante tumultuada e com vários protestos. A presidente do colegiado, Caroline de Toni (PL-SC) esvaziou a sala e deixou apenas deputados para a votação.
A aprovação do texto, iniciativa da bancada evangélica e com amplo apoio dos bolsonaristas, ocorreu dois dias depois da publicação do relatório da Polícia Federal sobre a tentativa de golpe de estado que seria promovida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. É uma forma de o bolsonarismo agrupar apoiadores.
Deputados contrários à matéria afirmam que o texto penaliza mulheres vítimas de violência, inclusive menores de idade, e impede a realização de pesquisas com células-tronco. Também afirmam que o texto é inconstitucional, por não garantir a dignidade das vítimas de crimes.
No primeiro semestre, a bancada evangélica tentou aprovar na Câmara uma PEC que previa 20 anos de prisão a mulheres que fizessem aborto após 22 semanas de gestação. Sob protestos até de evangélicos, o texto foi esquecido.
Reino Unido derruba esquema de oligarcas russos que usavam criptomoedas para burlar sanções.
Leia MaisDemissão do diretor de marketing Eduardo Tracanella cria crise interna após comunicado implausível
Leia MaisInterCement entra com pedido de recuperação judicial para reestruturar dívidas de R$ 14,2 bilhões
Leia MaisMuito além dos assédios
Caixa move ações contra Pedro Guimarães por enriquecimento ilícito e improbidade à frente do banco
Leia MaisEm pedido a Flávio Dino, AGU defende mais interesses do Congresso que do governo sobre emendas
Leia MaisSérgio Rial escapa de punição da CVM pelo caso Americanas devido ao 2 a 2 no julgamento
Leia MaisSTJ mantém posição contra a empresa, e a favor da CSN, sobre indenização de 5 bilhões de reais
Leia MaisAgrogalaxy apresenta plano de recuperação judicial e afirma ter demitido cerca de 800 empregados
Leia MaisDepoimento de presidente da Loterj deixa claro que é impossível verificar apostas por estado
Leia MaisAneel tem maioria para definir prazo de 180 dias para aporte em distribuidoras de energia
Leia MaisTJGO decide nesta terça-feira se bloqueia bens de empresário especialista em fugir de credores
Leia MaisAneel pode analisar hoje caso que impõe aportes de 10 bilhões de reais em distribuidoras de energia
Leia MaisKassio conclui que TJ de Alagoas está apto a julgar recursos da falência da usina Laginha
Leia MaisAo mesmo tempo que tenta barrar Lei das Bets no Supremo, CNC atua pela liberação dos cassinos
Leia MaisMinistro libera o pagamento de emendas parlamentares com condicionantes que ajudam governo
Leia Mais