A Constituição é nossa

Redação
Publicada em 01/02/2025 às 20:50
Em seu primeiro pronunciamento como presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta replicou o gesto de Ulysses Guimarães em 1988 Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados

O deputado paraibano Hugo Motta, do Republicanos, foi eleito presidente da Câmara dos Deputados neste sábado. Assim como no Senado, a eleição ocorreu sem surpresas, resultado de um amplo acordo entre as principais bancadas. Motta recebeu 444 votos - 88% do total.

Além de Motta, concorreram à Presidência da Câmara os deputados Pastor Henrique Vieira, do PSOL do Rio de Janeiro, e Marcel Van Hattem, do Partido Novo do Rio Grande do Sul.

Já empossado presidente, Hugo Motta replicou o gesto do ex-deputado Ulysses Guimarães, presidente da Câmara durante a elaboração do texto constitucional, de se levantar com a Constituição na mão e gritar “viva a democracia”. Motta também repetiu a célebre frase "ódio e nojo à ditadura".

"Não posso deixar de lembrar e emocionar que essa é a cadeira do pai de nossa Constituição, Ulysses Guimarães. Assumo a presidência da Câmara dos Deputados com três compromissos, três únicas prioridades: servir ao Brasil, servir ao Brasil, servir ao Brasil", disse.

Motta assume a Presidência da Casa em meio ao impasse sobre as emendas parlamentares, objeto de disputa entre Legislativo, Executivo e com o próprio Judiciário. Pelo tom do primeiro discurso, a briga ainda vai longe. O novo presidente condenou o presidencialismo de coalizão, e defendeu que o governo seja obrigado a pagar as emendas parlamentares.

"Foi nessa época [do impeachment de Dilma Rousseff] que aqui, nesta Casa, em 2016, por meio da adoção das emendas impositivas, que o parlamento finalmente se encontrou com as origens do projeto constitucional. A crise exigia uma nova postura, o fim das relações incestuosas entre Executivo e Legislativo", disse.

Motta afirmou que parlamento forte é uma barreira de proteção da democracia e pediu harmonia entre os Três Poderes. "Ninguém é dono da Constituição", pregou.

“Temos que estar sempre do lado do Brasil, em harmonia com os demais poderes”, disse. “Encerro com uma mensagem de otimismo: ainda estamos aqui”, concluiu Hugo Motta.

Hugo Motta não era o nome escolhido por Lira para a sucessão. O agora ex-presidente da Câmara, inicialmente, queria que Elmar Nascimento (União da Bahia) assumisse seu posto, mas enfrentou resistências dentro do governo e de outras lideranças partidárias.

Com Elmar enfraquecido, Motta emergiu como uma alternativa de consenso, recebendo apoio de 17 partidos, totalizando 494 dos 513 deputados. Mesmo assim, como se viu, nem todos aderiram. Integram o bloco PL, PT, PCdoB, PV, União, PP, Republicanos, PSD, MDB, PDT, PSDB, Cidadania, PSB, Podemos, Avante, Solidariedade e PRD.

Diante da inviabilidade da candidatura de Elmar, Lira oficializou seu apoio em outubro de 2024. O ex-preferido acabou ficando com a 2ª vice-presidência, onde cuidará dos pedidos de reembolso por atendimentos médicos recebidos pelos colegas.

Jovem, mas experiente

Hugo Motta tem 35 anos e iniciou sua carreira política de forma precoce, sendo eleito deputado federal pela Paraíba em 2010, aos 21 anos. Ele é o deputado mais jovem a assumir a presidência da Câmara dos Deputados. Médico por formação, vem de uma família tradicional na política paraibana. Seu pai, Nabor Wanderley (Republicanos), é prefeito do município de Patos, no sertão da Paraíba. Sua avó, Francisca Motta, está no sexto mandato como deputada estadual, também pelo Republicanos.

Ao longo de seus mandatos, Motta consolidou-se como um parlamentar do chamado "Centrão". No início de sua trajetória na Câmara, alinhou-se ao então presidente da Casa, Eduardo Cunha, integrando a chamada "tropa de choque" do ex-presidente da Câmara. Em 2015, aos 25 anos, foi indicado por Cunha para presidir a Comissão Parlamentar de Inquérito da Petrobras, que investigava denúncias de corrupção na estatal.

Durante a gestão de Rodrigo Maia, Motta foi relator da PEC do Orçamento de Guerra, que liberou recursos para o governo federal na pandemia. Depois, sob a presidência de Lira, também esteve entre os líderes mais próximos do então presidente da Casa, mantendo sua influência.

Nos últimos anos, o paraibano estreitou relações com o senador pelo Piauí e presidente do PP, Ciro Nogueira, que é visto no Congresso como responsável por alçá-lo à presidência da Câmara. Além disso, tem boa relação com Aguinaldo Ribeiro (PP da Paraíba), Renan Calheiros (MDB de Alagoas) e o próprio Lira, que o apadrinhou na empreitada pela chefia da Casa.

Mesa Diretora

Assim como ocorreu com a presidência, a eleição da Mesa Diretora também se deu sem oposição. Antes de abrir a votação, Arthur Lira, em pronunciamento, disse que a Câmara chegava unida para a votação e anunciou os parlamentares que assumiriam os cargos na nova composição da Mesa.

  • Primeira-vice-presidência: Altineu Côrtes (PL do Rio de Janeiro)
  • Segunda-vice-presidência: Elmar Nascimento (União Brasil da Bahia)
  • Primeira-secretaria: Carlos Veras (PT de Pernambuco)
  • Segunda-secretaria: Lula da Fonte (Progressistas de Pernambuco)
  • Terceira-secretaria: Delegada Katarina (PSD de Sergipe)
  • Quarta-secretaria: Sérgio Souza (MDB do Paraná)

Os deputados escolhidos como suplentes foram Antonio Carlos Rodrigues (PL de São Paulo), Paulo Folletto (PSB do Espírito Santo), Victor Linhares (Podemos do Espírito Santo) e Paulo Barbosa (PSDB de São Paulo).

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