A advogada de confiança de Lula
Uma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, no dia 18 garantiu a retirada das redes sociais de 15 postagens com fake news que relacionavam o PT ao PCC, a maior facção criminosa do país, e que responsabilizavam o partido e o ex-presidente Lula pela morte de Celso Daniel, ex-prefeito de Santo André (SP).
A vitória judicial contra perfis bolsonaristas foi obtida por Valeska Teixeira Zanin Martins, Cristiano Zanin Martins e Eugênio Aragão, ex-ministro da Justiça. Pouco vista ou comentada, Valeska é a advogada de confiança de Lula na campanha e em sua vida pessoal.
Menos ainda se fala da relação próxima de Valeska com Lula. Mais conhecidos são seu marido, Cristiano Zanin Martins, a metade do casal que dava entrevistas sobre a defesa do ex-presidente nas ações da Operação Lava Jato, e seu pai, Roberto Teixeira, compadre e amigo do ex-presidente de longa data.
Afilhada de Lula, Valeska tem sua total confiança em assuntos jurídicos. Tanto que, junto com o marido, é responsável direta por quaisquer ações, inclusive eleitorais, envolvendo o petista.
Essa relação se estreitou e aumentou quando o casal assumiu a defesa do ex-presidente na Lava Jato. Muitos profissionais do Direito culparam Valeska e Zanin pela prisão do petista. Argumentavam que nenhum dos dois tinha experiência com casos criminais – ela é especialista em mercado de capitais e ele em processo civil.
Mas foi justamente o conhecimento fora da área penal que ajudou na anulação das decisões do juiz Sergio Moro contra Lula. Valeska mapeou todos os acordos de leniência e delações premiadas relacionados à Lava Jato e firmados no exterior. A ideia era mostrar os erros cometidos pelas autoridades brasileiras; ficou com Zanin a missão de mostrar os erros processuais.
Apesar da carreira voltada ao mundo corporativo, Valeska não é estranha na política. Disputou em 2015 a presidência da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo como vice de Ricardo Sayeg, advogado conservador da área de recuperação judicial, como ela e o pai. À época, era criticada por adversários como sendo "a emissária de Lula na OAB".
A relação familiar com Lula permeou a carreira de Valeska. Em 2008, ela participou ativamente da compra da Varig pela Gol porque o escritório do pai representava o fundo Matlin Patterson, controlador da extinta VarigLog. Foi acusada naquele período de fazer lobby na Anac em prol de seu cliente usando o nome do então Lula para obter resultados.
Em manifestação via seu escritório, Valeska negou atuação como lobista. Disse que ia à Anac apenas para discutir questões jurídicas envolvendo seus clientes. Destacou também que perdeu todas as questões sobre Varig e Gol discutidas na agência, obtendo vitórias apenas no Judiciário.
Na campanha eleitoral, caberá a Valeska a tarefa de enfrentar disputas judiciais contra a campanha de Bolsonaro e a ações de bolsonaristas nas redes sociais. É um desafio do tamanho de uma Lava Jato.
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