A fuga de Zambelli
Condenada a dez anos de prisão, a deputada federal Carla Zambelli, do PL de São Paulo, saiu do Brasil para não ser presa e não pretende voltar. Em entrevista ao canal AuriVerde Brasil no YouTube, Zambelli anunciou nesta terça-feira (3) que vai se licenciar do mandato para morar na Itália. Ela tem cidadania italiana.
Zambelli disse na entrevista que se inspirou no colega - e desafeto - Eduardo Bolsonaro, que se mudou em fevereiro para os Estados Unidos, onde faz lobby junto ao governo Donald Trump contra o Supremo Tribunal Federal e o governo Lula.
Ao contrário de Eduardo, que decidiu se exilar após perder uma disputa pelo comando da Comissão de Relações Exteriores, Zambelli fugiu para não ser presa. No dia 14 de maio, ela foi condenada a 10 anos de prisão por unanimidade pelo Supremo Tribunal Federal, pelos crimes de invasão hacker e falsidade ideológica. Com a ajuda do hacker Walter Delgatti, ela inseriu dados falsos no sistema de mandados prisão do Conselho Nacional de Justiça.
Apesar da condenação, sua ida para a Europa não se configura juridicamente como uma fuga. Como ainda cabe recurso, os ministros não emitiram uma ordem de prisão, nem determinaram a apreensão do passaporte de Zambelli. O passaporte, aliás, havia sido apreendido em 2023, mas foi devolvido.
Zambelli disse que deixará de usar as redes sociais. Ela tenta transferir a titularidade de suas contas para sua mãe, Rita Zambelli, que pretende lançar como candidata em seu lugar em 2026.
Carla Zambelli foi uma das parlamentares mais reconhecidas do bolsonarismo no primeiro mandato de Jair Bolsonaro. Acumulou desgastes com Eduardo Bolsonaro e caiu em desgraça na véspera da eleição de 2022, quando perseguiu um homem que a criticou pelas ruas de São Paulo, com uma pistola em punho. Bolsonaro colocou em Zambelli a culpa por sua derrota. Ela responde a um inquérito pelo episódio.
Zambelli foi a terceira deputada mais votada do país em 2022, atrás apenas de Nikolas Ferreira, do PL de Minas Gerais, e Guilherme Boulos, do Psol de São Paulo.
Com o afastamento, Zambelli ficará sem receber o salário. Seu mandato será ocupado por Coronel Tadeu, também do PL. Na última legislatura, ele chegou a ser vice-líder do partido na Câmara, mas não conseguiu se reeleger em 2022.
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