Tem crime para todo mundo
Uma operação da Polícia Federal desarticulou um esquema de corrupção que se estendeu por dez anos no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS). A investigação, autorizada pelo ministro Francisco Falcão, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), resultou no afastamento de cinco desembargadores e alcançou São Paulo e Brasília, com desdobramentos em todos os poderes do estado.
A investigação implicou, além dos desembargadores, nove advogados - entre eles filhos dos magistrados afastados - e juízes de primeira instância. As evidências incluem relatórios do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que identificaram movimentações financeiras suspeitas, além de irregularidades apontadas pela Receita Federal. As investigações foram fortalecidas por quebras de sigilo telefônico, bancário e fiscal.
O esquema movimentou valores expressivos, chegando a milhões de reais. Segundo a PF, o dinheiro circulava através de empresas agroindustriais e era convertido em bens como automóveis, propriedades e gado. Os investigadores também identificaram casos de falsificação documental. Embora a PF tenha solicitado a prisão de alguns investigados, o Ministério Público Federal optou por medidas cautelares alternativas, incluindo monitoramento eletrônico e restrição de contato entre os envolvidos.
O lobista Andreson Gonçalves emerge como figura central na investigação. Já conhecido por suas atividades suspeitas junto ao STJ, em caso já sob investigação perante o Supremo, ele mantinha comunicação frequente com o desembargador Marcos Brito sobre processos em diferentes instâncias judiciais.
As ramificações do esquema se conectam à operação Lama Asfáltica, que, há dez anos, investigou desvios em obras da Copa do Mundo. O desembargador Marcos Brito é acusado de comercializar decisões judiciais em contratos com o Banco do Brasil, beneficiando advogados com lucros milionários. Em outro caso, favoreceu o procurador de Justiça Marcos Sottoriva na aquisição de uma fazenda avaliada em R$ 5 milhões.
O desembargador Vladimir Abreu e seus filhos também são investigados por movimentações financeiras suspeitas, envolvendo contratos fraudulentos e aquisições imobiliárias incompatíveis com seus rendimentos declarados. Um caso que chamou a atenção é a compra irregular de uma fazenda em Maracaju, operação que contou com a participação de desembargadores e servidores públicos.
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