Preciso que vocês voltem
O CNJ permitiu que dois desembargadores do TRF4, afastados por supostamente contrariarem decisão do STF, voltassem aos trabalhos. Os motivos da decisão tomada por unanimidade, nesta sexta-feira (28), no plenário virtual, foram a calamidade enfrentada pelo Rio Grande do Sul e a impossibilidade dos magistrados atrapalharem as investigações.
Os magistrados são Loraci Flores e Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz. A dupla havia sido afastada após pedido de Dias Toffoli ao corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão. O ministro do Supremo Tribunal Federal acusou a dupla - mais o juiz Danilo Pereira - de descumprirem decisões proferidas por ele para suspender dois processos envolvendo o advogado Rodrigo Tacla Duran.
Duran é acusado de ser doleiro e operador da Odebrecht, e as decisões de Toffoli foram a pedido do advogado. Apesar de sobreposição de interesses, Salomão atendeu o ministro do STF. Justificou o afastamento dos Flores dizendo que eles, ao decidirem pela suspeição do juiz federal Eduardo Fernando Appio, descumpriram propositalmente a ordem que suspendia as ações contra Duran.
Appio assumiu por pouco tempo a 13ª Vara Federal de Curitiba, onde correram os principais processos da Lava Jato. Foi dali também que saiu a sentença que acabou levando Lula para a cadeia. Lá, o juiz se envolveu em polêmicas. Uma delas foi o uso do termo Lul22 como login.
Para os Flores e o juiz Danilo, o uso do termo Lul22 foi suficiente para configurar a suspeição de Appio e afastá-lo da 13ª Vara.
O relator
O conselheiro Luiz Fernando Bandeira de Mello, responsável pelo caso, é um dos poucos integrantes do Conselho Nacional de Justiça que tem total conhecimento do caso da Lava Jato. Quando integrou o Conselho Nacional do Ministério Público, analisou o mesmo caso, mas contra a força-tarefa chefiada por Deltan Dallagnol.
Agora no CNJ, Bandeira de Mello assumiu o processo após ele próprio analisar uma suposta prevenção. Antes, o caso havia sido sorteado para a conselheira Daiane Nogueira de Lira, que foi chefe de gabinete de Toffoli no STF - e chegou ao CNJ com ajuda do ministro.
Antes de tornar-se fiscal de magistrados e integrantes do Ministério Público, Bandeira fez carreira no Senado. Foi um dos principais assessores de Davi Alcolumbre na presidência do Senado.
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