O mistério da decisão de Moraes

Brenno Grillo
Publicada em 23/08/2022 às 15:49
Foto: Pedro Teixeira/Folhapress

Ainda não se sabe o que motivou o pedido da Polícia Federal e a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, de autorizar a operação desencadeada na manhã desta terça-feira contra oito empresários bolsonaristas.

Só se sabe que eles trocaram mensagens num grupo de WhatsApp sobre a possibilidade de um golpe de estado caso Bolsonaro seja derrotado na eleição.

Nenhuma das defesas teve acesso à decisão de Moraes. Apenas o texto d decisão pode esclarecer quais elementos foram apresentados pela polícia, quais as suspeitas e quais eventuais crimes os empresários podem ter cometido, que convenceram o ministro a autorizar as medidas tomadas.

Moraes autorizou a PF a fazer buscas e apreensões em cinco estados: RS, SC, SP, RJ e CE. Também decidiu, no inquérito das milícias digitais, quebrar os sigilos bancários e telemáticos dos investigados. Determinou ainda que os oito fossem ouvidos pela PF e que seus celulares fossem recolhidos. Normalmente consultada, a Procuradoria-Geral da República foi apenas comunicada quando a operação já estava decidida.

Daniel Maia, advogado de Afrânio Barreira Filho, dono da rede de restaurantes Coco Bambu, afirma que ingressou no processo hoje, pois só ficou sabendo da investigação quando os agentes da PF apresentaram o mandado.

“A decisão é fruto de perseguição política e denúncias falsas, as quais não têm nenhum fundamento”, afirma Daniel Maia, advogado de Afrânio Barreira Filho, dono da rede de restaurantes Coco Bambu. “Foram apreendidos apenas dois celulares. O Afrânio está absolutamente tranquilo e querendo esclarecer os fatos voluntariamente à polícia, pois tem certeza que, após as suas declarações, esse inquérito será arquivado sem nenhuma consequência para ele”.

A decisão de hoje é mais uma dentre várias que visaram pessoas diretamente ligadas ou próximas ao bolsonarismo, suspeitas de ações antidemocráticas.

A decisão desta terça-feira garantiu à Polícia Federal acesso a escritórios e residências dos empresários:

  • Luciano Hang, da Havan;
  • Afrânio Barreira Filho, do Coco Bambu;
  • Meyer Joseph Nigri, da Tecnisa;
  • José Isaac Peres, da Multiplan;
  • Ivan Wrobel, da W3 Engenharia;
  • Marco Aurélio Raymundo, da Mormaii;
  • José Koury, do shopping Barra World;
  • Luiz André Tissot, do Grupo Sierra.

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