O mistério da decisão de Moraes
Ainda não se sabe o que motivou o pedido da Polícia Federal e a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, de autorizar a operação desencadeada na manhã desta terça-feira contra oito empresários bolsonaristas.
Só se sabe que eles trocaram mensagens num grupo de WhatsApp sobre a possibilidade de um golpe de estado caso Bolsonaro seja derrotado na eleição.
Nenhuma das defesas teve acesso à decisão de Moraes. Apenas o texto d decisão pode esclarecer quais elementos foram apresentados pela polícia, quais as suspeitas e quais eventuais crimes os empresários podem ter cometido, que convenceram o ministro a autorizar as medidas tomadas.
Moraes autorizou a PF a fazer buscas e apreensões em cinco estados: RS, SC, SP, RJ e CE. Também decidiu, no inquérito das milícias digitais, quebrar os sigilos bancários e telemáticos dos investigados. Determinou ainda que os oito fossem ouvidos pela PF e que seus celulares fossem recolhidos. Normalmente consultada, a Procuradoria-Geral da República foi apenas comunicada quando a operação já estava decidida.
Daniel Maia, advogado de Afrânio Barreira Filho, dono da rede de restaurantes Coco Bambu, afirma que ingressou no processo hoje, pois só ficou sabendo da investigação quando os agentes da PF apresentaram o mandado.
“A decisão é fruto de perseguição política e denúncias falsas, as quais não têm nenhum fundamento”, afirma Daniel Maia, advogado de Afrânio Barreira Filho, dono da rede de restaurantes Coco Bambu. “Foram apreendidos apenas dois celulares. O Afrânio está absolutamente tranquilo e querendo esclarecer os fatos voluntariamente à polícia, pois tem certeza que, após as suas declarações, esse inquérito será arquivado sem nenhuma consequência para ele”.
A decisão de hoje é mais uma dentre várias que visaram pessoas diretamente ligadas ou próximas ao bolsonarismo, suspeitas de ações antidemocráticas.
A decisão desta terça-feira garantiu à Polícia Federal acesso a escritórios e residências dos empresários:
- Luciano Hang, da Havan;
- Afrânio Barreira Filho, do Coco Bambu;
- Meyer Joseph Nigri, da Tecnisa;
- José Isaac Peres, da Multiplan;
- Ivan Wrobel, da W3 Engenharia;
- Marco Aurélio Raymundo, da Mormaii;
- José Koury, do shopping Barra World;
- Luiz André Tissot, do Grupo Sierra.
Empresa e Fundação José Carvalho não cumprem decisão judicial que exige entrega de documentos.
Leia MaisNos últimos anos, a CVM deixou de cobrar dívidas de infratores que ultrapassam 1 bilhão de reais
Leia MaisSTF derruba decisão que afrouxou Lei das Estatais, mas mantém nomeações feitas até a decisão de hoje
Leia MaisAdvogado da Fundação José Carvalho foi eleito conselheiro da Ferbasa em abril deste ano.
Leia MaisRandolfe é culpado por eventuais revezes; já Alcolumbre é elogiado pelos entendimentos
Leia MaisCai a avaliação positiva do governo e do presidente entre seus eleitores
Leia MaisO STF tem cinco votos contra decisão que afrouxou a Lei das Estatais. Julgamento termina amanhã (9)
Leia MaisEmpresa e Fundação José Carvalho são alvo de busca e apreensão, mas não entregam documentos
Leia MaisSTF retoma julgamento que pode afrouxar Lei das Estatais e liberar mais cargos para políticos
Leia MaisPresidente da Petrobras estuda possibilidades de afrouxar normas de controle contra corrupção
Leia MaisInsatisfeitos, velhos aliados reclamam de não conseguir falar com Lula sem passar pela primeira-dama
Leia MaisCármen e Kassio são eleitos para gerir o Tribunal Superior Eleitoral de agosto deste ano até 2026.
Leia MaisSenado aprova decreto legislativo que reconhece a situação do RS e facilita distribuição de recursos
Leia MaisParlamentares dizem que decisão de Zanin de barrar a desoneração foi feita baseada em dados errados
Leia MaisEmpresário nega ter ajudado o PL a produzir o relatório que apontava falsa fraude nas eleições
Leia Mais