Moro sobrevive

Samuel Nunes
Publicada em 21/05/2024 às 20:51
Senador consegue se livrar das acusações de caixa 2 e abuso de poder econômico, mantendo o mandato Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu, por unanimidade, manter o mandato do senador Sérgio Moro (União-PR). Em sessão realizada nesta terça-feira (21), os ministros rejeitaram os recursos nas duas ações que pediam cassação do ex-juiz que comandou a operação Lava Jato.

Moro era acusado pelo PL, de Jair Bolsonaro, e pelo PT, de Luiz Inácio Lula da Silva, de caixa 2 e abuso de poder econômico nas eleições de 2022. Segundo as legendas, os gastos que o ex-juiz da Lava Jato realizou na tentativa frustrada de se candidatar a presidente da República extrapolaram os limites de gastos para a pré-campanha de senador, cargo no qual acabou eleito.

No Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), onde os processos começaram, Moro foi absolvido por sete votos a dois. Na ocasião, a Procuradoria Regional Eleitoral pediu a cassação do senador, alegando que ele havia extrapolado os gastos, tal como defendiam os partidos.

Curiosamente, tanto os advogados de acusação e defesa, quanto a PRE e os desembargadores usaram cálculos diferentes para chegar aos valores que teriam sido usados por Moro. Não houve consenso em nenhum dos votos.

O relator, ministro Floriano de Azevedo Marques, defendeu que as duas ações propostas pelo PL e pelo PT não apresentaram provas suficientes de que os gastos usados na pré-campanha foram realizados de forma ilegal ou mesmo que isso possa ter influenciado nas eleições paranaenses.

O ministro André Ramos Tavares foi outro que também afirmou não ver provas suficientes para condenar Moro. Já a ministra Cármen Lúcia, que também votou pela absolvição, fez críticas à falta de uma legislação e ao comportamento errático não só do ex-juiz, mas de todos os candidatos.

Para ela, isso dá margem a questionamentos como as ações abertas contra Moro. Cármen Lúcia defendeu que é preciso destacar que os eleitores devem ter mais acesso aos gastos de pré-campanha, para que possam ter condições de avaliar melhor os candidatos.

Kassio Nunes Marques foi outro que também votou integralmente com o relator. Ele fez críticas às peças de acusação que, na avaliação do ministro, foram incapazes de citar dados básicos que pudessem comprovar os benefícios que Moro poderia ter obtido com a pré-campanha.

O voto do ministro Raul Araújo foi breve, ao acompanhar o ministro Floriano, e com espaço para uma rápida brincadeira com o relator e com o presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes. O mesmo ocorreu com a ministra Isabel Galotti, a qual defendeu que uma eventual cassação poderia causar insegurança jurídica.

Ao encerrar o julgamento, Moraes afirmou que não houve fraude, mas que é preciso melhorar o entendimento da legislação sobre a figura do pré-candidato. Ele também lembrou da excrescência jurídica que permitiu à mulher de Moro ser eleita deputada por São Paulo, enquanto o senador se elegeu pelo Paraná, apesar de ambos morarem juntos.

O presidente do TSE ainda criticou os partidos por terem alegado que os gastos com carros blindados e segurança pessoal teriam garantido vantagem a Moro. "Eu sei o que é ser ameaçado pelo PCC, eu sei o que é ter a vida ameaçada", afirmou, pontuando que seria um absurdo considerar que isso possa ter dado algum benefício ao ex-juiz.

Desembargador do TJAL questiona ministro do STF sobre suspeição no caso Laginha

Leia Mais

Bolsonaro não consegue acesso a delação de Mauro Cid, o que ajuda em seu discurso de vítima

Leia Mais

Relator do PL que regula planos de saúde coletivos não pretende aliviar para as operadoras

Leia Mais
Exclusivo

Um cabo eleitoral na Secom

25/07/2024 às 06:00

Funcionário do Planalto é suspeito de usar perfil fake para criticar candidato do PL em Araraquara.

Leia Mais

SEI não…

24/07/2024 às 21:15

Possível ataque hacker paralisa sistemas de nove ministérios e órgãos federais

Leia Mais

Chega, Maduro

24/07/2024 às 20:59

Após ditador mentir sobre urnas, TSE desiste de enviar observadores à eleição na Venezuela

Leia Mais
Exclusivo

A juíza, o mediador e o sobrinho

24/07/2024 às 18:41

Juíza de vara empresarial de São Paulo nomeou em processos advogado que empregava seu sobrinho.

Leia Mais

Também no CNJ

24/07/2024 às 18:13

Após recorrer ao Supremo contra o TJAL no caso Laginha, Bermudes defende novos juízes da falência.

Leia Mais

A sorte acabou

24/07/2024 às 17:00

Empresário Paulo Guimarães, dono do Poupa Ganha e do Meio Norte, é condenado a 16 anos de prisão.

Leia Mais

Ao atacar urnas, ditador da Venezuela cria problemas para o governo Lula e constrange Bolsonaro

Leia Mais

Governo reformará presídio de Mossoró, de onde dois líderes do Comando Vermelho fugiram em fevereiro

Leia Mais

Interligados

24/07/2024 às 06:00

Patrocinada pelo BTG, a TMA Brasil expõe a proximidade entre quem atua na recuperação da Odebrecht

Leia Mais

JFPR não concedeu HC para Duque, que aguarda decisão do STF para saber se vai ou não para cadeia

Leia Mais

Alguns aliados se sentem abandonados pelo ministro do STJ, após disputas recentes por cargos

Leia Mais

Travou

23/07/2024 às 16:35

Governo multa Oi, Tim e Vivo em 5 milhões de reais por propaganda enganosa sobre serviço de 5G.

Leia Mais