Devagar, quase ajudando
O senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL) foi solenemente ignorado pela cúpula do Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE-AL). No dia 26 de agosto, ele pediu ao presidente da corte para pautar novamente o processo que pode levar à cassação do governador Paulo Dantas e do vice, Ronaldo Lessa, mas não obteve resposta.
O processo contra Paulo Dantas apura uma suspeita de abuso de poder político e econômico nas eleições de 2022. Segundo a denúncia apresentada pela coligação do senador, que disputou o governo alagoano, Dantas usou a liberação de recursos de um programa social para distribuir dinheiro à população.
A ação começou a ser analisada no dia 5 de agosto. O relator do caso, desembargador Alcides Gusmão da Silva, proferiu um duro voto favorável à cassação de Dantas e Lessa. Entretanto, o julgamento foi suspenso depois de um pedido de vista do desembargador Milton Gonçalves Ferreira Netto, amigo de longa data do governador.
Cunha alegou que Netto extrapolou o prazo regimental para devolver o processo ao plenário. Por isso, pediu ao presidente da corte que forçasse o colega a cumprir o regimento interno e retomar a análise do processo, mas nenhuma medida foi tomada.
A demora beneficia diretamente Dantas e Lessa. Mesmo que sejam condenados, ainda poderão recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral. Portanto, não há prazo para o fim da análise do processo. Caso percam os mandatos, a Justiça Eleitoral deverá convocar novas eleições.
Enquanto a situação no governo estadual não se define, Cunha decidiu se lançar candidato neste ano. Está concorrendo ao cargo de vice-prefeito, na chapa de João Henrique Caldas, o JHC, atual prefeito de Maceió.
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