Contra as empreiteiras, mas...

Alisson Matos
Publicada em 27/11/2023 às 11:00
Messias respondeu a STF em ação movida por partidos de esquerda Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

O advogado-geral da União, Jorge Messias, manifestou-se contra a ação movida por partidos políticos no Supremo Tribunal Federal para suspender as multas impostas a empreiteiras na Lava Jato decorrentes de acordos de leniência. Messias, contudo, não descartou a possibilidade de se analisar os acordos caso a caso. O relator é o ministro André Mendonça.

PSOL, PCdoB e Solidariedade argumentam que os acordos foram firmados sob coação, arbitrariedade, abuso de cálculo das multas e baseados em fatos que posteriormente não foram classificados como ilícitos. As legendas socialistas e comunistas, portanto, afirmam que algumas das maiores empresas privadas do país foram vítimas de agentes do estado.

Somada, a dívida das empreiteiras (Novonor, antiga Odebrecht, UTC, Camargo Correia, Andrade Gutierrez, Braskem, OAS e Nova Participações, antes Engevix) com a União supera os 8 bilhões de reais.

Na resposta ao STF, a AGU diz que a ação dos partidos não apresenta “de forma precisa e delimitada” os casos em que houve alguma violação de diretos fundamentais.

“Os autores buscam demonstrar a ocorrência de ofensa aos parâmetros de controle apontados por meio da menção genérica a todos os acordos de leniência celebrados com as empresas investigadas na Operação Lava Jato, sem especificar como teria se dado, em cada caso concreto, o desrespeito à autonomia da vontade e a outros direitos fundamentais”, diz a manifestação da AGU.

O órgão ainda desqualifica a argumentação do PSOL, PCdoB e Solidariedade, que classificam como coação “o fato de haver previsão de uma reprimenda criminal para determinado ato ilícito”.

Na resposta, a AGU defende que pedidos para revisão de multas devem ser analisados “caso a caso”, já que “exigem análises eminentemente técnicas a serem realizadas pelo corpo técnico especializado que compõe a Controladoria-Geral da União.”

“Constata-se que a pretensão inicial de revisitar os termos de acordos de leniência anteriormente celebrados não deve ser acolhida, haja vista a ausência de comprovação, nos autos, de que a prática administrativa adotada nesses acordos menospreza os parâmetros de controle apontados pelos arguentes.”

Anulação de provas

Sobre a decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, de anular todas as provas obtidas dos sistemas Drousys e My Web Day B utilizadas a partir do acordo de leniência celebrado pela Odebrecht, Messias define como “revelador da ocorrência de abuso de poder na condução da persecução penal que baseou muitos dos acordos”.

“É necessário resguardar a possibilidade de revisão das obrigações acordadas na hipótese de que tenham elas sido contaminadas por irregularidades do processo penal origem”, escreveu o AGU.

Leia a manifestação de Messias:

Dutra minimiza reunião com Torres às vésperas do 8/1; versão difere da de secretária do DF

Leia Mais

Palmas suspeitas

30/05/2025 às 11:53

Prefeito da cidade é alvo de operação da PF que investiga venda de decisões no Tocantins e no STJ

Leia Mais

Ministro de Minas e Energia pede que o Cade verifique preços de combustíveis do grupo Atem

Leia Mais

Comigo, não

30/05/2025 às 09:42

Tarcísio e Ciro Nogueira negam ao Supremo ter participado de reuniões com Bolsonaro sobre golpe

Leia Mais

O lobo na prisão

29/05/2025 às 19:22

Tim Leissner, ex-presidente do Goldman Sachs, é condenados nos EUA por fraude na Malásia

Leia Mais

Ministros retomam julgamento do Marco Civil da Internet, que pode gerar problemas com EUA

Leia Mais

Consulta golpista

29/05/2025 às 16:00

Bolsonaro questionou a AGU sobre a possibilidade de reversão da eleição de Lula

Leia Mais

Último processo da campanha de 2022 contra o ex-presidente está parado há um ano no TSE

Leia Mais

Operação da PF mira juiz de Mato Grosso afastado do cargo por ligações com lobista do STJ

Leia Mais

Respirando no STF

28/05/2025 às 18:54

Compra frustrada de respiradores pelo Consórcio do Nordeste na gestão Rui Costa volta à corte

Leia Mais

Floriano Marques e Estela Aranha são os mais votados no Supremo para integrar a corte eleitoral

Leia Mais

Comissão de Esporte aprova projeto que limita publicidade de apostas em uniformes e estádios

Leia Mais

Decisão do governo Trump impõe sanções a quem tomar medidas judiciais contra plataformas

Leia Mais

Ao investigar corrupção no STJ, Polícia Federal diz ter descoberto grupo de assassinos e espiões

Leia Mais

Supremo analisa nesta quarta os selecionados pela presidente do Tribunal Superior Eleitoral

Leia Mais